Esquerda francesa declara voto em Ségolène

Após a divulgação dos resultados do primeiro turno das eleições presidenciais na França, nesta segunda-feira (23), que indicaram Nicolas Sarkozy (direita) e Ségolène Royal (esquerda) para a disputa, a esquerda francesa anunciou que apoiará a candidata

A candidata socialista Ségolène vai contar no segundo turno com o apoio da maioria dos partidos de esquerda franceses na disputa pelo presidência do país. Já o candidato da direita, Sarkozy, espera o apoio dos outros partidos de seu espectro político.



A trotsquista Arlette Laguiller, do Luta Operária e refratária a qualquer aliança ou apoio desde a eleição de 1974, quando apoiou Miterrand, foi a primeira a manifestar o voto em Ségolène.



Olivier Besancenot, da Liga Comunista Revolucionária, e que foi liderou por ampla margem o grupo denominado pela mídia de “esquerda da esquerda”, obtendo mais de 4% dos votos, expressou sua preferência pela socialista, ao afirmar que se opõe de forma contundente à direita.



Também a líder comunista Marie-George Buffet (do PCF) e Dominique Voynet, do Partido Verde, concordaram que farão campanha pelo voto na socialista no dia 6 de maio.



Por sua vez, o altermundista José Bové já havia se posicionado do lado de Ségolène ainda no primeiro turno. Já o candidato do outro movimento trotsquista Partido dos Trabalhadores, Gerard Schivardi, não disse quem apoiará.



No caso do ex-ministro do Interior, Sarkozy, que obteve 30% dos votos, de acordo com dados do Ministério do Interior, até a metade desta segunda-feira (23) não havia recebido a adesão de nenhum partido de direita.



O representante da extrema-direita Philippe de Villiers (Movimento pela França) declarou que não é “proprietário dos seus votos”, deixando claro que seus apoiadores podem fazer o que bem entenderem no segundo turno.



Já o ultra-direitista Jean-Marie Le Pen prometeu revelar em quem dará seu voto no dia 1.º de maio.



Por último, o presidente da União Pela Democracia Francesa, François Bayrou, que teve 18% dos votos, afirmou que não abandonará nenhuma de suas convicções “nem por um minuto, nem por um segundo”. Abstrai-se assim que deverá votar em Sarkozy.



No entanto, o líder da UDF está convencido de que seu decisão será definitiva para eleger o próximo presidente da república.



Nenhum de seus porta-vozes quis emitir opinião alguma sobre as intenções de voto de Bayrou e seus simpatizantes, mas um numeroso grupo de céticos franceses está convencido de que sua proposta deve permanecer à direita do espectro.



No seu discurso após saber do resultado do primeiro turno, Ségolène exortou o direitista e seus partidarios a votarem em sua candidatura.



“Eu serei a presidente de um Estado imparcial que não será refém de nenhum clã, grupo de pressão ou potência financeira”, sentenciou Ségolène.


 


Da redação, com informações da Prensa Latina