Moradores do Pirambu reivindicam mais policiamento e emprego

De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Informa, o principal problema do Pirambu é segurança pública, opinam 51% dos entrevistados . Para solucionar a questão, pedem mais policiamento (79%) e geração de emprego (10%).


 

A dificuldade quanto à insegurança pública, identifica o estudo, advém do fato de as famílias não apenas serem vítimas e terem medo da violência. Também pela carência de recursos e por enfrentarem a exclusão social, estão mais expostas aos casos de violência.


 


O governo do Estado é quem deve promover as ações de melhoria da segurança do bairro, apontam 52%. Ainda quanto às responsabilidades governamentais, outros 13,5% dos entrevistados indicaram a prefeitura de Fortaleza. Idêntico grau de responsabilidade foi conferido aos políticos.


 


O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Roberto das Chagas Monteiro, reconhece ser crítica a situação. “Mas a insegurança não é exclusiva do Pirambu”, pondera. Explica que o governo do Estado vem reforçando o policiamento na área. O projeto Ronda do Quarteirão, ratifica, é alternativa para os elevados índices de violência na cidade.


Fonte: DN


Como o Pirambu não está incluído na primeira fase do projeto, o secretário diz haver possibilidade de o bairro ser contemplado na segunda etapa. “Não estamos divulgando as próximas áreas até para evitar pressões de políticos, de vereadores por exemplo”, justificou.


 


Já o titular da Delegacia do 7º Distrito Policial, o delegado José Lira Ximenes, chega a afirmar que a questão da violência hoje no bairro decresceu em relação há 10 ou 20 anos. Porém, disse ser difícil mostrar isso estaticamente porque o 7º DP é uma delegacia pólo e envolve outros 16 bairros.


 


Informou que no bairro são mais comuns ocorrências como injúria, calúnia e roubo. Entretanto, admitiu que há ocasiões em que uma discussão por injúria pode evoluir para um crime, conforme o acirramento entre as pessoas envolvidas.


 


A violência é vista pelo secretário executivo da Regional I, Mariano Freitas, pelo viés das políticas econômicas e sociais, afeitas ao governo federal e às políticas de segurança pública. “A prefeitura não tem como aumentar nível de postos de empregos”, frisa.


 


REGULARIZAÇÃO – Luta pela moradia persiste


 


“Nos primórdios, a história do Pirambu foi marcada pela conquista da terra”, ressalta a presidente da Federação do Movimento Comunitário do Pirambu, Maria Dalva dos Santos.


 


Segundo ela, ali tudo era praticamente terreno de marinha, ou seja dunas e praias. Pessoas de outros bairros ou do interior do Estado, foram chegando e fazendo suas casas. Graças à organização do movimento popular, com destaque para a grande marcha do Pirambu, realizada em maio de 1968, os ocupantes foram adquirindo o direito de moradia nas terras da União.


 


Entretanto, ainda hoje as questões de moradia estão presentes no bairro. Há levantamentos, informa, de que 15 mil imóveis ainda aguardam regularização. “Porém, a prefeitura e a União afirmam que só existe dinheiro para regularizar os títulos de posse em cartório para 5.500 habitações”, lembra a líder comunitária.


 


O uso de drogas, sobretudo por parte da juventude, é apontado por ela como outra questão grave no bairro. “Precisamos que seja instalado aqui um hospital de recuperação de viciados”, reivindica.


 


Para o morador e corretor de segurança, Antônio Silva, o problema do uso de drogas está relacionado à falta de investimentos em cursos profissionalizantes e em opções de lazer para os jovens. “É preciso mais investimento e compromisso com a educação”, defende.


Esse tipo de investimento, inclusive, é determinante para reduzir os índices de violência, explica o morador. Observa, também, que a ociosidade contribui para a prostituição, registrada inclusive entre meninas e adolescentes.


 


MELHORIAS – Contratação de médico é vista como prioridade para a saúde


 


A saúde é o problema indicado em segundo lugar como o mais grave no bairro. E ainda: para minimizar as dificuldades no setor, os moradores sugerem a contratação de mais médicos.


 


O secretário executivo da Regional I, o médico Mariano Freitas, entretanto, afirma que a Prefeitura vem avançando no setor. Lembra que atendem os moradores 12 equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). “Também não há falta de medicamentos nos postos de saúde”, garante.


 


Esclarece o que o bairro conta com três postos — o posto Guiomar Arruda, Chico da Silva e Centro Social Virgílio Távora. Essas unidades passaram por grandes reformas. Os trabalhos possibilitaram melhorias nas instalações e no acesso da comunidade.


 


No Pirambu, em setembro do ano passado, acrescenta a assessoria de imprensa da SER I, a Prefeitura de Fortaleza inaugurou o posto de Saúde da Família Projeto 4 Varas. O projeto atua dentro da linha do PSF, estratégia priorizada pelo Ministério da Saúde para organizar a atenção básica.


 


Já a líder comunitária Maria Dalva dos Santos opina que as unidades não conseguem atender as demandas dos moradores. As doença mais comuns são hipertensão e diabetes. “A gente também observa o surgimento de muitos casos de tuberculose”, informa.