Messias Pontes – Deflagrado o processo sucessório municipal
Mesmo faltando um ano e meio para as próximas eleições municipais, o processo sucessório já foi deflagrado. Sem nenhum exercício de futurologia, pode-se prever que em Fortaleza a cadeira ora ocupada pela petista Luizianne Lins será disputada por um grande
Publicado 24/04/2007 17:54 | Editado 04/03/2020 16:37
Sem dizer que vai disputar a reeleição, só um grande incidente de percurso tirará Luizianne da disputa. Mas o primeiro nome a ser lançado foi o do pefelista – hoje DEMOCRATAS – Moroni Bing Torgan ainda no ano passado, depois que perdeu a eleição para o Senado para Inácio Arruda, do PCdoB. Encorajado pelos tucanos para desistir de uma eleição garantida para deputado federal e disputar a única vaga para o Senado, ele recebeu a promessa de ser apoiado para disputar mais uma vez a Prefeitura de Fortaleza.
Depois de algum tempo ausente das terras alencarinas – o que não é novidade -, o gaúcho, em declaração à imprensa na semana passada, reafirmou que vai disputar mais uma vez a Prefeitura de Fortaleza. Mesmo praticamente sem estrutura partidária, já que o seu partido de tão desgastado e repudiado pelos brasileiros mudou até de nome, ele afirma que contará com o povo para se eleger.
Mesmo com a promessa dos tucanos, Moroni deve se preparar para disputar somente com o que restou do seu partido: ele, o também gaúcho e ex-delegado da Polícia Federal Edgar Fuques e mais meia dúzia de gatos pingados. E vai usar a mesma cantilena de sempre, ou seja a segurança pública. Na propaganda partidária do DEMo iniciada segunda-feira, em nível estadual, ele reiniciou a sua teatralidade, falando mal do governo Lula e cobrando coisas até que não foram prometidas.
Apesar da promessa feita a Moroni, os tucanos já falam em lançar candidato próprio, e o nome mais falado é o do deputado Marcos Cals, atual secretário de Justiça do Estado, o estadual mais votado nas eleições do ano passado, com mais de 100 mil votos. Além do mais, Cals se notabilizou pelo trabalho realizado à frente da Assembléia Legislativa, considerado um dos melhores presidentes que aquele Poder teve em toda a sua história.
Outro partido que já decidiu ter candidato a prefeito é o PDT que, mais uma vez, deverá apresentar o nome do deputado estadual Heitor Férrer, um parlamentar com votação sempre ascendente e hoje praticamente o único oposicionista ao governo do Estado na Assembléia Legislativa. Heitor espera aglutinar em torno de si a grande maioria dos descontentes e assim chegar pelo menos no segundo turno.
O Partido Progressista do Padre Zé Linhares é outro que já anunciou que terá candidato próprio em nossa Capital. Para tanto, conta agora com um grupo de jovens empresários que optou pela legenda. A exemplo do CIC (Centro Industrial do Ceará), que decidiu em 1986 lançar uma candidatura própria, no caso Tasso Jereissati, a AJE (Associação dos Jovens Empresários) já decidiu lançar um dos seus quadros, e para tanto conta com o entusiasmo do seu presidente estadual. Falta só definir o nome.
No PCdoB, não está descartada a possibilidade de lançamento de candidatura própria. E o nome é o do deputado federal Chico Lopes que obteve mais votos em Fortaleza que todos os petistas juntos. Só Ciro Gomes teve mais votos do que ele, mas como não é candidato, o comunista é considerado a bola da vez. Pela sua conduta ética e excelente atuação parlamentar, Lopes tem sido incentivado por amplos setores da sociedade a aceitar o desafio. Só depende do seu partido.
O PSOL certamente não ficará de fora da disputa e o nome mais provável é o do advogado Renato Roseno, que disputou o governo do Estado no ano passado, saindo-se bem nos debates, embora tenha obtido uma votação aquém do esperado. É um nome respeitado e, se não sectarizar, poderá se cacifar para disputar uma cadeira para a Assembléia Legislativa em 2010 com possibilidade de êxito.
Um nome que não deve ser descartado é o do presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Tin Gomes, do PHS, hoje o maior partido com assento no Legislativo da Capital. Tin foi eleito presidente da Câmara com o irrestrito apoio de Luizianne Lins, e tem sido de uma fidelidade canina à Prefeita. Porém em política não existe o nunca e nem o jamais. Pelo trabalho que vem desempenhando e pelo respeito conquistado, tem sido incentivado a entrar na disputa e, se decidir, terá o apoio de um expressivo número de vereadores.
Quem também garante que terá candidatura própria é o PMDB. O seu presidente estadual, deputado federal Eunício Oliveira, já declarou que o seu partido é aliado de primeira hora do governador Cid Gomes (PSB), porém não tem compromisso nenhum com a prefeita Luizianne Lins, até porque o seu partido é ferrenho opositor da petista na Câmara Municipal.
A grande incógnita é o PSB do governador Cid Gomes e do presidente estadual Sérgio Novais. Atualmente ocupando a Vice-Prefeitura com o sindicalista Carlos Veneranda, o PSB, se não mantiver o cargo, irá para a disputa. Pelo menos é o que declara Sérgio Novais, primeiro vice-presidente da Câmara Municipal. O governador Cid Gomes é aliado de Luizianne que indicou o seu vice Francisco Pinheiro, e de quem recebeu apoio, ainda não se posicionou a respeito.
Messias Pontes é jornalista