Empate técnico na França; Bayrou votará em branco

A candidata do partido socialista à presidência da França, Ségolène Royal, reduziu a desvantagem em relação ao direitista Nicolas Sarkozy, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (25). François Bayrou, o terceiro colocado cujo apoio tem sido disputa

Ségolène obteve 25,87% dos votos no primeiro turno, enquanto Sarkozy atingiu 31,18%. Nas pesquisas realizadas até o último domingo (22), o direitista sempre aparecera na dianteira das intenções de voto, mas nas últimas semanas observou-se um declínio em sua candidatura.


 


Na sondagem publicada hoje, realizada pela empresa TNS Sofres Unilog, os dois candidatos aparecem empatados tecnicamente, com Sarkozy sustentando 51% dos votos e Ségolène 49%.



A candidata socialista tenta seduzir Bayrou a participar do seu governo, caso eleita, prometendo ministérios. Mas a tentativa, relatada pelo jornal parisiense Le Figaro, parece não ter atraído a União pela Democracia Francesa (UDF), que negou hoje a participação em um futuro governo francês, qualquer que seja o eleito.



Jean-Pierre Chevénement, fundador do Movimento Republicano e Cidadão, considera que ''Ségolène está construindo sua maioria presidencial com muita audácia estratégica''.



''Mesmo assim, a participação de ministros de centro em um governo de esquerda não teria nada de novo'', lembrou, fazendo referência ao governo de François Miterrand, eleito em 1988 e que teve a participação de políticos de centro-direita.


 


Indecisos e imigrantes


 


Alguns analistas asseguram que uma considerável porcentagem dos franceses que votaram em Bayrou, entre eles um notável número de imigrantes, votariam contra Sarkozy, apoiando a candidata socialista.



Entretanto, outro grande grupo de eleitores de Bayrou não se decidiu entre direita ou esquerda e alguns não aceitam as idéias social-democratas da socialista, embora não migrem seus votos para o candidato da direita.



Gilles Artigues reflete essa posição em uma entrevista publicada hoje ao diário Le Parisien. Segundo ele, Bayrou ''não dará nenhuma indicação de voto'' para o segundo turno, que ocorre em 6 de maio. ''Bayrou votará em branco'', afirmou o deputado.



''É uma decisão coerente: nenhum dos dois finalistas pode propor outro modo de dirigir o país. Portanto é normal deixar liberdade de voto a quem confiou em nós'', explicou Artigues ao Le Parisien.