Estatística de desemprego gera controvérsia na França

A publicação das taxas de desemprego do mês de março na França geraram muitas controvérsias nesta sexta-feira (27), em relação à veracidade dos números.

Em seu balanço preliminar divulgado na quinta-feira (26), o Ministério do Trabalho revelou que a taxa de desemprego teria caído para 8,3%, a mais baixa dos últimos 24 anos.



Em fevereiro, o balanço foi de 8,4%, mas a agência de estatísticas da União Européia, Eurostat, acabou notificando o desemprego na França em 8,8%.



Algumas organizações sindicais francesas sustentam que as cifras reveladas este mês não são fidedignas.



Na última quinta-feira trabalhadores do instituto de Investigação e de estudos estatísticos (Dares), realizaram uma greve para impedir a comunicação dos índices.



Os empregados da Dares asseguraram que a direção do instituto não deveria revelar dados pouco confiáveis, ainda mais em época eleitoral.



“Nossa credibilidade e a do sistema oficial estão em jogo”, lê-se no comunicado revelado à imprensa pelos grevistas.



Os sindicatos sustentam que a direção do Dares esteve de acordo com a publicação do balanço das taxas de desemprego de 2006, quando estas ainda não coincidiam com as taxas do governo.



Do mesmo modo, cerca de 40 sociólogos, historiadores, economistas e estatísticos apoiaram a proposta de greve da Dares.



Em uma carta aberta ao ministro do Emprego, Coesão Social e Moradia, Juan Louis Borloo, o grupo solicitou a suspenção da divulgação dos registros de desemprego em março.



“As épocas de eleição são momentos de transparência, nos quais não se deve permitir a manipulação política”, expressa o documento assinado pelo sociólogo de educação Christian Baudelot e pelo economista Bernard Gazier, entre outros.



Por sua vez, o primeiro-ministro Dominique de Villepin disse à mídia que no governo atual foi visto uma redução progressiva no desemprego nos últimos três anos.



Os analistas franceses concordam que houve uma redução no nível do desemprego, entretanto não chegam a um acordo em relação às taxas reais.


Com informações da Prensa Latina