Evo “anuncia” volta de Fidel para ato de 1º de Maio

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que está “certo” e “convencido” de que o líder cubano Fidel Castro reaparecerá no dia 1º de maio, depois de quase dez meses de afastamento forçado por seu estado de saúde. A informação foi dada pela Unitel, uma

Segundo a emissora, Evo fez o anúncio sobre a volta de Fidel na sexta-feira (27), durante cerimônia de entrega de títulos de propriedade agrária no departamento amazônico de Pando, da qual participavam dezenas de médicos cubanos. “Estou certo, irmãos de Cuba, que em 1º de maio o companheiro Fidel vai se integrar a continuar governando Cuba e a América Latina”, disse Evo, numa declaração divulgada pela rede de TV.


 


“Estou convencido de que o companheiro Fidel vai se incorporar para seguir administrando e dirigindo o povo cubano, esse povo revolucionário”, acrescentou. Foi a segunda vez em menos de dois meses que Evo anunciou o retorno de Fidel à vida pública. Em março, ele também disse que estava “convencido” de que o líder cubano reapareceria no dia 29 de abril, no aniversário da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) – um projeto de integração estimulado pelo líder venezuelano Hugo Chávez.


 


Evo ponderou na sexta-feira que não tinha confirmação sobre a possível aparição de Fidel e disse que não havia conversado diretamente com ele sobre o assunto. “Tenho informação de que há uma grande mobilização que preparam em Cuba”, disse a um jornalista da TV Unitel.


 


Participação parcial


 


Fidel, de todo modo, já parte das principais decisões do governo, segundo afirmou neste sábado (28) José Luis Rodríguez, ministro da Economia de Cuba. Rodríguez, porém, não confirmou se Fidel vai participar das comemorações de 1º de maio, Dia do Trabalho.


 


“Todo mundo sabe que aí está Fidel. Todo mundo sabe que ele está participando das principais decisões do país”, disse Rodríguez, a jornalistas, em uma entrevista coletiva. Imagens de Fidel visivelmente recuperado e vestindo roupa esportiva foram difundidas há uma semana. Nelas ele aparecia com funcionários comunistas chineses que visitavam a ilha, em um sinal de que poderia retomar em breve suas funções.


 


Dentro e fora de Cuba cresce a expectativa por uma eventual aparição de Fidel no dia 1º de maio, quando a Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC) espera mobilizar entre 6 e 7 milhões de cubanos em todo o país. “Todos gostaríamos que sua rápida recuperação seja ainda mais rápida e que pudesse estar conosco”, disse Rodríguez.


 


O evento


 


Em Havana, são esperadas “centenas de milhares” de pessoas, no principal ato de “reafirmação revolucionária”. O secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba, Salvador Valdés Mesa, não pôde confirmar a presença do presidente licenciado. Mas ressalvou: ” Para nós, Fidel não faltou em momento nenhum – ele é quem vai estar mais presente no dia 1º de maio”.


 


Valdés informou que o ato central, na simbólica Praça da Revolução, será uma “mobilização gigante” e está prevista apenas uma intervenção que será uma alocução muito rápida”. Espera-se que as máximas figuras do governo e do partido no país estejam representadas, acrescentou o líder, sem dar maiores detalhes, apesar de ter dito que aguarda a presença de Raúl Castro.


 


De acordo com a CTC, será um “dia de reafirmação revolucionária e recontagem histórica”, de apoio às reflexões do comandante em chefe” e para “condenar energicamente” a libertação sob fiança nos Estados Unidos de Luis Posada Carriles – acusado de terrorismo por Cuba e Venezuela-, além da “obsessiva pretensão” do “Plano Bush” de “destruir a revolução”, acrescentou.


 


Expectativa


 


Fidel, de 80 anos, declarou sua saúde um segredo de Estado e apenas apareceu em vídeos e fotos. Enquanto crescem no governo as declarações positivas referentes à sua recuperação, o chefe do Parlamento, Ricardo Alarcón evitou também confirmar a presença do cubano nas suas recentes declarações.


 


Em seu último editorial, o jornal Granma do dia 1º de abril, o presidente Fidel convocou a mobilização. “Penso que o próximo 1º de maio seria o dia ideal para que nosso povo, com um mínimo gasto em combustível e meios de transporte, exteriorizasse seus sentimentos aos trabalhadores e os pobres do mundo”, escreveu o cubano.


 


Os artigos de Fidel, até agora três, apontam seu “bom processo de recuperação”, garantiu o secretário da CTC. Para a mobilização promovida por Fidel, os que participarão do ato na capital viajarão desde os bairros mais próximos à Praça da Revolução, onde será a concentração.


 


A cerimônia na Praça da Revolução começará às 8 horas locais – e mais de 1.300 convidados de 69 países, inclusive representantes de 233 organizações sindicais e sociais, já confirmaram a presença. O ato “será um dos maiores do mundo, onde os trabalhadores vão apoiar o sistema socialista, em plena liberdade e evolucionariamente”, concluiu Valdés.