Professores de Itacoatiara têm piso menor que o salário mínimo

Os professores da rede municipal de Itacoatiara terão seus salários reajustados pela proposta do governo federal enviada ao Congresso Nacional, que estabelece o piso nacional salarial da categoria em R$

Atualmente, respeitando o Plano de Cargos e Salários de 2002, os professores da cidade recebem entre R$ 315 (nível médio) e R$ 567 (profissional com doutorado) para 20 horas por semana em sala de aula.


 


O assunto foi debatido na sexta-feira dia 27, na Câmara Municipal de Itacoatiara, como parte da 8ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).


 


Participaram do encontro a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Isis Tavares, demais diretores sindicais, vereadores, professores e a deputada Vanessa, que deverá ser a relatora da proposta quando esta chegar à Comissão do Trabalho da Câmara Federal, da qual a parlamentar faz parte.


 


“É claro que este não é o valor ideal. Vamos trabalhar para que o piso seja maior, que seja o defendido pela Confederação (CNTE), de R$ 1.150 para 30 horas semanais para professor com nível médio e de R$ 1.550, com a mesma jornada, para professor com nível superior”, destacou a deputada Vanessa. Segundo ela, a tendência é que a proposta do piso, na Câmara Federal, fique o mais próximo do que pleiteiam os trabalhadores.


 


Ela explica que já conversou com o deputado Severiano Alves, do PDT da Bahia, relator do projeto na Comissão de Educação, e explica que pelo fato de o PDT ser um partido progressista, deverá atender ao máximo o anseio dos professores. “Depois da Comissão da Educação, o projeto vai para a Comissão do Trabalho, onde deverei ser relatora, e depois ele seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça. Após isso, ele vai para o Senado”, explica a deputada.


 


A parlamentar afirma que a Educação vive um processo de melhorias, fruto não só do compromisso do presidente Lula com os trabalhadores, com o social, mas do próprio movimento dos professores. Na sua avaliação, a aprovação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) irá ampliar os investimentos na área, da creche ao Ensino Médio, mas que o recém-lançado Fundo de Desenvolvimento da Educação (FDE) também trará ganhos para a educação brasileira.


 


Mobilização


 


O professor municipal Hermegildo Galvão Rezende considera uma vergonha o piso da categoria ser hoje menor que o salário mínimo. Segundo ele, o valor só é melhor por causa de incorporação de benefícios como a gratificação por regência, mesmo assim não passando de R$ 522,50 para o professor com nível médio. “Pena que com o ganho que deveremos conquistar com a aprovação do piso salarial nacional não receberemos o que já perdemos”, lamenta o educador.


 


A dirigente do Sinteam e ex-presidente da entidade Raimunda Gomes explica que a CNTE defende 30 horas semanais para abranger os demais profissionais da educação com o piso nacional: “que são os pedagogos e técnicos administrativos”. A presidente do Sinteam, Isis Tavares, pede maior mobilização da categoria para que o piso seja maior e atenda aos professores de prefeituras que já pagam mais que R$ 800, como é a de Manaus. “Nossa vitória vai ser do tamanho de nossa mobilização”, aposta.


 


De Itacoatiara (AM),
Hudson Braga