Cesar Maia decreta o fim da reprovação
Sem alarde, a prefeitura do Rio decretou no final de abril o fim da reprovação. Em uma resolução da Secretaria Municipal de Educação, de 25 de abril, o processo de avaliação a ser dado aos alunos do ensino fundamental foi alterado. Ele extinguiu o conc
Publicado 04/05/2007 20:59 | Editado 04/03/2020 17:06
Antes desta nova resolução, o processo de avaliação tinha conceitos I (de Insuficiente), R (de Regular), B (de Bom), MB (de Muito Bom) e O (de Ótimo). Agora, os professores não podem mais avaliar com o I e O, que foram abolidos.
Falta de democracia
Além do absurdo da própria resolução, a falta de democracia ainda predomina na gestão Cesar Maia e na Secretaria de Educação, comandada pela profª Sonia Mograbi, pois a medida não passou pelo Conselho Municipal de Educação e, muito menos, pela Câmara de Vereadores.
Em conversa com o Alerta Rio, um professor da rede municipal de ensino, que não quis se identificar, disse que a categoria se encontra perplexa e que a insatisfação é total, principalmente pela falta de debate com os professores.
A mudança feita pela Secretaria de Educação está relacionada ao sistema de ciclos, onde cada aluno tem seu tempo de aprendizado respeitado, “mas esse pacote da Secretaria gera uma reação negativa até mesmo pelos alunos que não entendem o sistema, diz o professor”.
“Além disso, o sistema pressupõe melhores condições de trabalho, com turmas menores. Em áreas carentes, onde é preciso uma atenção maior, as salas estão superlotadas, o que dificulta a atenção do professor com o aluno”, denuncia.
O professor reclama também da falta de um plano de cargos e carreiras compatível, com 40 horas de dedicação exclusiva. Hoje os docentes cumprem 16 horas semanais (para antiga 5ª a 8ª) e 22 horas e meia (nas séries anteriores). Com isso, os professores têm 15 mil horas-extras acumuladas. Outra reclamação é em relação ao salário básico, que chega a no máximo R$ 1.189,03 para os professores de final de carreira, “uma brutal precarização das condições de trabalho”, critica o professor.