Educação de Sobral é destaque na Revista Época

A última edição da Revista Época traz uma matéria especial sobre o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE do governo Lula.  A reportagem chama atenção para o pioneirismo da Prefeitura de Sobral, cujo prefeito era Cid Gomes, atual governador do Es

A matéria publicada na edição desta semana na Revista Época sobre o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE do Governo Lula enumero os desafios da educação no pais, com destaque para a melhoria da qualidade do ensino. Neste aspecto a experiência de Sobral é citada como uma “pequena revolução”. Veja abaixo o trecho em que a matéria fala sobre Sobral:


 



“Algumas experiências no país mostram que a idéia de impor metas e cobrar já rendeu bons resultados, como em Sobral, no interior cearense. Cinco anos antes de todo o Brasil adotar o ensino fundamental de nove anos, Sobral já tinha começado sua pequena revolução com uma lei municipal. O objetivo era obrigar os pais a matricular as crianças na escola ainda com 6 anos. A matrículas tinham triplicado entre 1997 e 2000. Mas uma radiografia do sistema escolar, em 2001, revelou que mais de 60% das crianças de 8 anos, já na 2a série do ensino fun-damental, não sabiam ler. ''Soou o alarme. Era uma tragédia'', diz Izolda Cela de Arruda Coelho, atual secretária de Educação do Ceará, que ocupava o mesmo cargo em Sobral. ''Decidimos que nossa prioridade seria garantir o sucesso da alfabetização no tempo certo.''


 



A Prefeitura determinou que as escolas reservassem os melhores professores, as melhores salas e os melhores turnos para as classes de alfabetização. Ofereceu capacitação e passou a avaliar, todo semestre, as escolas pelo desempenho das crianças. As melhores começaram a ser premiadas, assim como professores, diretores e coordenadores. Os professores, cujo salário estava em torno de R$ 300, chegavam a ganhar R$ 1.000 por turma, como prêmio pelo desempenho dos alunos, fora as gratificações mensais. Em 2004, a rede municipal de Sobral já tinha 92% das crianças de 6 e 7 anos alfabetizadas. ''A avaliação foi se estendendo para outras séries; e os critérios, sendo apertados'', diz Isolda. ''Nós não tínhamos recursos para contratar uma avaliação externa gabaritada, mas criamos nossos instrumentos e deu certo'', afirma. Hoje, o desafio de Isolda é implementar o mesmo sistema em toda a rede estadual do Ceará.


 



Em Sobral, a Secretaria de Educação precisou corrigir outra distorção. Havia um grande número de transferências de alunos no segundo semestre. A secretaria descobriu que as escolas estavam expulsando os alunos com piores resultados, tentando se livrar do problema. Para fechar o cerco, a Prefeitura decidiu que as crianças transferidas no segundo semestre ainda seriam avaliadas como alunas da escola de origem. Exigiu ainda que toda escola avaliasse pelo menos 98% de seus alunos. ''Conseguimos estancar as transferências e fazer com que as escolas cuidassem dos meninos. Dá trabalho, mas tem de ser assim'', afirma Izolda.”


 


 


Fonte: Revista Época