Júlio Romão é homenageado por Academias

Próximo de completar 90 anos de idade, o escritor e membro da Academia Piauiense de Letras, na qual ocupa a cadeira de nº 31 , Júlio Romão, lança na manhã deste sábado, 5, a 4ª edição do livro ''A Mensagem do Salmo – Saga dramática do Cristianismo'', aind


Ele, que desde o mês passado vem recebendo homenagens da classe artística e literária através de exposições contemplando os vários momentos de sua trajetória como, jornalista, ensaísta literário, etnógrafo e dramaturgo, expostos através de fotografias, registros jornalísticos e documentos de seu arquivo pessoal, recebeu também no Rio de Janeiro homenagem da Academia Brasileira de Letras. Júlio Romão depois de palestras no auditório do Petit Triconon,  da Casa de Machado de Assis, autografou exemplares do livro para os presentes.



Júlio Romão se mostrou bastante lisonjeado com a homenagem e mais ainda em poder contar com a presença do presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinícios VilLaça e do secretário geral da ABL, Cícero Sandroni, sendo que ambos saíram de Brasília especialmente para prestigiar a homenagem ao piauiense.



OBRA: ''A Mensagem do Salmo'' é a segunda peça do Ciclo Bíblico Teatral de Júlio Romão. Saga Dramática do Cristianismo foi escrita em 1967 e de imediato estreada e reprisada respectivamente no mesmo ano nos teatros cariocas Carlos Gomes, João Caetano e nas ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos do Rio de Janeiro, em benefício da Campanha de Reconstrução de glorioso templo incorporado ao patrimônio Histórico Nacional.



Com texto traduzido para o espanhol pelo teatrólogo mexicano L.Alberto foi encenado e filmado em Zacateca, no México por iniciativa do Instituto Nacional da Juventude Mexicana ao Festival Luiz Bruneo.



Em forma de livro dela foram impressas duas edições ainda no Rio de Janeiro no ano em que foi encenado pela primeira vez. A terceira por iniciativa da Academia Piauiense de Letras, quando presidida pelo professor Arimatéia Tito Filho no ano de 1990. A 4ª edição conta com o incentivo da lei A..Tito Filho através da Fundação Cultural Monsenhor Chaves e patrocínio da Faculdade Santo Agostinho e Fininvest.



AGRADANDO A CRÍTICA: Alguns críticos como Edgard de Alencar, classifica a obra de Júlio Romão como não se tratando apenas de um auto dramático feito livro, mas da obra de um autêntico teatrólogo que já passou pela duríssima prova do palco e da crítica. O ensaiador Haroldo de Oliveira diz que o auto é estilisticamente perfeito e original em que o autor dá muito de sua faculdade criativa.



''Partindo de um princípio: todos nós, intérpretes na vida do grande drama escrito por Deus, somos andarilhos no tempo, ou melhor, anjos caídos à busca do paraíso perdido. Visto os fatos e as causas por esse ângulo, retrospectivamente, encarno-me em posição marcada com os demais do mundo e da época em que vivo, nesta Saga Dramática do Cristianismo'', palavras do autor na apresentação da obra.



Júlio Romão conta que há 50 anos lê a Bíblia e que de maneira disfarçada fez críticas ao sistema político vigente na época. ''Como eu não podia falar mal do regime militar, aproveitei a parábola para achincalhar os generais'', explica ele.


 


Por Patrícia Andrade
Originalmente publicado no jornal Diário do Povo