Comissão da Câmara quer informações sobre acidente do metrô em SP

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias promove audiência pública nesta quarta-feira (9) para ouvir esclarecimentos acerca do desmoronamento das obras da linha 4 do metrô de São Paulo, ocorrido em janeiro deste ano.

Foram convidados para o debate o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, José Luiz Portella; o secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Guimarães Marrey; e o presidente da Federação Nacional dos Metroviários de São Paulo, Wagner Fajardo Pereira; além dos representantes dos moradores da região atingida pelo desmoronamento das obras da linha 4 do metrô de São Paulo, Antônio Manuel Dias Teixeira; das vítimas, Zelma Fernandes Marinho; da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), Álvaro Rodrigues dos Santos; e do Consórcio Via Amarela.


 


A reunião está marcada para as 14 horas, no plenário 9.


 


O desmoronamento ocorreu no último dia 7 de janeiro, no canteiro de obras da futura estação Pinheiros da linha amarela do metrô, na zona oeste de São Paulo. O acidente matou sete pessoas e abalou a estrutura de diversos imóveis adjacentes – 16 deles tiveram de ser demolidos e 55 foram interditados.


 


De acordo com as construtoras reunidas no Consórcio Via Amarela, o acidente foi provocado pela instabilidade do solo da região, agravada pelas fortes chuvas que atingiram a cidade dias antes.


 



Perguntas sem respostas


 


Os autores do requerimento para a audiência argumentam que a apuração do acidente deixou perguntas sem respostas. “São informações de fundamental importância para esclarecer as razões do desastre, suas possíveis responsabilidades e as condições de trabalho dos profissionais que atuam no canteiro de obras”, justificam os parlamentares.


 


Dados do Sindicato dos Metroviários revelam que ocorreram 11 acidentes desde o início das obras da Linha 4. Um deles, ocorrido em um túnel da futura estação Oscar Freire, provocou a morte do operário José Alves de Souza. “As condições de trabalho devem ser investigadas a fim de perceber se o ritmo das obras é condizente com a segurança e de todas as medidas necessárias para garanti-la”.


 


De acordo com uma visita realizada ao local, quando foram ouvidos trabalhadores e vizinhos, os parlamentares afirmam que foram informados de que não havia nenhum plano de emergência em caso de ocorrências daquele tipo, nem para os operários, nem para os moradores do local. “Entre os primeiros indícios da tragédia e o momento de sua consumação transcorreu uma diferença de tempo que poderia ter evitado as vítimas fatais”, argumentam os deputados no requerimento.


 


Fonte: Agência Câmara