Leucemia mata o deputado Enéas Carneiro

O deputado federal Enéas Carneiro (PR-SP) morreu neste domingo (6), no Rio de Janeiro, aos 68 anos, vítima de leucemia. Fundador do Prona, que recentemente se fundiu ao PL para formar o PR, ele foi por três vezes candidato à Presidência. Notabilizou-se pe

Enéas estava lúcido até sábado, mas bastante debilitado devido à quimioterapia, segundo informou o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR). “Ele era um nacionalista. Uma figura de muita relevância para o Partido da República, que ele ajudou a fundar. Infelizmente, ele não teve tempo de participar do partido devido à leucemia”, afirmou Castro.



Campeão de votos para deputado



Enéas Ferreira Carneiro nasceu em  1938, em Rio Branco, Acre. Formou-se em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e tinha mestrado em cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).



Desde a primeira eleição direta para presidente da República após o fim da ditadura, em 1989, Enéas Carneiro se candidatou à Presidência, sempre pelo Prona. Sisudo, barbudo, enfático, aproveitou com eficácia seu reduzidíssimo tempo de TV, fixando a marca “meu nome é Enéas”. Em 2002, quando trocou a disputa presidencial pela da Câmara dos Deputados, colheu os frutos dessa conduta: teve 1,5 milhão de votos em São Paulo, a maior votação já atribuida a um deputado em todo o país.



Fundador do Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), ele foi eleito deputado federal em 2002 com o maior número de votos da história: 1,5 milhão. Em 2006 reelegeu-se com votação bem mais modesta, 387 mil sufrágios. Já então a enfermidade o privara da barba.



Na Câmara, sua figura e a do Prona perderam nitidez. Em 2003, foi alvo de denúncias e teve seu sigilo bancário e fiscal quebrados por suspeitas de vendas de candidaturas nas chapas do partido. A incorporação ao PL, em outubro passado, privou-o da imagem de intransigente defensor de seus princípios.



Da redação, com agências