Governo prepara nova busca de restos mortais no Araguaia

O governo federal prepara uma nova diligência ao Araguaia na tentativa de localizar os restos mortais de militantes políticos que combateram no movimento armado contra o regime militar, segundo informou nesta segunda-feira (7) o ministro da Secretaria

O ministro sugeriu uma participação mais efetiva do setor de inteligência da Polícia Federal (PF) na coleta de informações que possam ajudar a encontrar as ossadas ou descobrir o destino dado aos corpos de cerca de 60 militantes desaparecidos.


 


 


Após três anos e meio de trabalho, uma comissão interministerial constituída pelo governo encerrou seus trabalhos, mas não obteve êxito na localização dos restos mortais de nenhum desaparecido na Guerrilha do Araguaia, organizada pelo PCdoB no final dos anos 60 e década de 70, no norte do País.


 



No último dia 28 de março, a Secretaria de Direitos Humanos apresentou o relatório da comissão interministerial criada para ajudar na busca e identificação de desaparecidos da Guerrilha do Araguaia. No relatório, a comissão conclui a documentação sobre a guerrilha teria sido destruída em momentos históricos distintos. O ministro Paulo Vannuchi ressaltou, na ocasião, que o relatório “reafirma o compromisso do governo, portanto, corresponde a uma nova gestão junto às Forças Armadas para que num prazo razoável prestem as informações que o Estado brasileiro precisa”.


 



O relatório recomendou que Lula libere documentos sigilosos que contêm possíveis pistas e ordene aos comandantes militares que busquem informações junto a oficiais que estiveram envolvidos no combate à guerrilha.


 



A maioria dos guerrilheiros morreu em confrontos com o Exército, mas só dez corpos foram achados desde a década de 1970.


 



O relatório recomenda que o Ministério da Defesa, em parceria com a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), mantenha uma instância administrativa aberta para que militares da ativa e da reserva forneçam informações sobre a localização dos restos mortais dos desaparecidos ou de documentos que contribuam para o esclarecimento dos fatos. Os depoimentos serão mantidos sob sigilo.


 


 
“Eu tenho a convicção de que o presidente vai determinar às Forças Armadas que ela proceda num tempo que seja razoável a esse trabalho, resguardando o sigilo de quem é a pessoa que presta as informações para manter o foco bastante centrado no objetivo humanitário da dívida que o Estado brasileiro reconhece”, explicou Vannuchi, na ocasião, em entrevista à imprensa. ( Clique aqui para ler mais ) 



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