Petrobras faz proposta para vender suas refinarias na Bolívia

A Petrobras vai apresentar à estatal boliviana de petróleo YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Boliviano) uma proposta de venda integral das duas refinarias que mantém no país. Segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, a decisão foi toma

“Estamos fazendo hoje uma proposta final para a venda e esperamos que a Bolívia aceite, pois é um preço justo. Caso não cheguemos a um acordo, iremos às cortes pedir reparação pela expropriação de nossos fluxo de caixa”, anunciou Gabrielli, ao participar, com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, de uma entrevista coletiva para apresentar um balanço das realizações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no setor energético.



Rondeau declarou que o regulamentação do decreto causou “consternação e desapontamento”,  apesar de reconhecer que é um direito do governo boliviano fazer a regulamentação do decreto supremo, editado em maio do ano passado.
Gabrielli não quis revelar o valor pedido pelas refinarias Gualberto Villarroel, em Cochabamba, e Guillermo Elder, em Santa Cruz. Segundo a assessoria da estatal brasileira, ambas foram adquiridas em 1999, por US$ 102 milhões, “em estado lastimável”.



Embora tenha destacado que o decreto boliviano é legítimo, Gabrielli explicou que a medida inviabiliza que a Petrobras continue operando com refino na Bolívia. Para Gabrielli, agora, o melhor negócio é vender integralmente as refinarias. “Já estávamos discutindo a possibilidade de vendermos tudo. Sempre dissemos que nossa participação minoritária nas refinarias dependeria das condições operacionais econômicas. Com o decreto, nossa participação não é mais viável”.



A venda das refinarias não significa que a empresa vá deixar de investir no país vizinho. “Investimentos adicionais precisarão ser analisados com mais cuidado frente à situação e à decisão que a Bolívia tomou em relação a nossas refinarias”, comentou Gabrielli. “Vamos querer que sejam muito mais rentáveis, que as condições de segurança institucional e regulatória estejam mais estabelecidas e vamos ser muito mais rigorosos na escolha de investimentos”.



Gabrielli afastou qualquer possibilidade de desabastecimento do mercado brasileiro devido à venda das refinarias: “Nesse momento, não acreditamos em nenhuma ameaça ao suprimento. Em nenhum momento a Bolívia ameaçou o contrato de fornecimento de gás, que continua em vigor”.



Em relação ao gás boliviano, a Petrobras mantém contrato com a YPFB que garante o fornecimento de 24 milhões de metros cúbicos diários até 2019, com a possibilidade de comprar até 30 milhões. Esse contrato, segundo Gabrielli, deve continuar. “Isso significa que nossa previsão de oferta para o mercado brasileiro prevê esse volume que, para ser mantido, terá de continuar recebendo investimentos nossos”.