Parlamento do Mercosul é inaugurado em Montevidéu

Os representantes dos governos de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai destacaram nesta segunda-feira (7) o caráter “histórico” da instalação do Parlamento do Mercosul, cuja sessão de abertura foi realizada no Palácio Legislativo de Montevidéu.

Os chanceleres de Brasil, Paraguai e Uruguai e o vice-ministro de Integração da Argentina concordaram que a instalação do Parlamento permitirá avanços rumo a um mercado comum na América do Sul e consolidará os processos democráticos na região.



O chanceler brasileiro Celso Amorim qualificou a inauguração como “momento decisivo” no processo de integração. “Queremos uma integração genuína, solidária, que impulsione a prosperidade de nossos países e aponte para a redução da pobreza mediante projetos de desenvolvimento compartilhado”, disse.



O ministro das Relações Exteriores admitiu que os obstáculos “não são poucos nem pequenos, devido às assimetrias” dos países, mas indicou que “as maiores dificuldades provêm dos céticos que não podem se distanciar de padrões históricos já superados”.



Integração regional
O ministro do Exterior do Paraguai, Rubem Ramírez Lezcano, cujo país exerce a presidência temporária do bloco, afirmou no discurso de abertura que a criação do parlamento regional constitui “uma prova a mais do avanço rumo à consolidação do último de seus estágios de integração, o mercado comum”.



Lezcano explicou que “uma integração que se limite ao comércio não é suficiente” para as necessidades do continente, já que a realidade indica que se deve avançar rumo à integração política e social.



O presidente da Comissão Permanente do Mercosul, Carlos Alvarez, afirmou que a instalação da instância permitirá levar o debate sobre a agenda da integração “ao seio do sistema político de nossos países pelo fato de que estarão representadas toda as correntes de pensamento”.



Instalação
O Parlamento do Mercosul foi instalado com 18 representantes de cada um dos países fundadores do bloco (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), e nove da Venezuela, que ainda não é membro pleno e terá direito de voz mas não de veto.



O Parlamento funcionará até 31 de dezembro de 2010 com a atual formação e a partir do ano seguinte os representantes deverão ser eleitos diretamente pela população e seu número deve variar em função da população de cada país – tal regra ainda será tema de discussão.



O Parlamento funcionará com as comissões de Relações Exteriores e Defesa, Assuntos Econômicos, Comerciais, Administrativos e Monetários, Assuntos Sociais, Trabalhistas e Seguridade Social e Assuntos Jurídicos e Institucionais de Fiscalização e Controle.



Montevidéu será a sede do legislativo regional que, no futuro, terá sessões na última segunda-feira de cada mês na prefeitura da capital uruguaia.



Fonte: Ansa Latina