BNDES quer financiar produção de medicamentos

O licenciamento compulsório do medicamento contra aids Efavirenz, assinado pelo governo federal no dia 4, poderá repercutir de modo favorável sobre os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco espera – e está

Pimentel disse que “o BNDES gostaria que essa ação de licenciamento compulsório [sobre o Efravirenz] resultasse na introjeção da produção do medicamento em território brasileiro”. Pimentel espera que essa fase de importação da droga genérica do Efavirenz pelo Brasil seja transitória, “até que nossos laboratórios oficiais, públicos ou privados, ganhem capacitação  para produzir a droga, não só no seu estágio final  do medicamento, mas para  produzir  o princípio ativo, farmoquímico”.


 


O chefe do Defarma lembrou que o apoio à indústria farmoquímica brasileira é um dos objetivos do novo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para que a indústria nacional volte a ter competitividade nesse segmento. Pedro Pimentel relatou que o déficit comercial brasileiro na área de fármacos subiu de U$ 1,23 bilhão em 2003 para cerca de U$ 2 bilhões hoje. Segundo Pimentel, embora o cenário externo seja favorável e não existam restrições cambiais no Brasil, o déficit é um problema latente na opinião do banco. E como se trata de um setor de medicamentos, ligado a questões de soberania nacional, na visão do BNDES, “esse déficit ainda preocupa”.


 


Daí o interesse demonstrado pelo banco em incentivar de alguma forma a fabricação local desses produtos de interesse à saúde pública, bem como de seus farmoquímicos. O déficit é causado pela grande importação. Pedro Pimentel disse que o Real apreciado tende somente a acentuar esse déficit “porque fica mais atraente, olhando do ponto-de-vista econômico-financeiro das empresas, principalmente as filiais de multinacionais, em vez de agregarem valor na produção local em território brasileiro, importar tudo pronto de suas matrizes. E não é raro ver a importação até das bulas, já traduzidas para o português”, destacou.


 


O chefe da Defarma revelou que entre 2000/2002, a importação no setor estava concentrada em commodities que vinham da Ásia com baixo custo ou em produtos com tecnologia agregada e de valor tecnológico mais elevado. Hoje, a importação é ilimitada. “O Brasil está importado medicamentos prontos à vontade, quando nós temos competência técnica, de gestão e para financiar empreendimentos e produzir a maioria desses produtos importados aqui no Brasil”, afiançou.


 


Pedro Pimentel garantiu que boa parte do que é importado já pode ser produzido no país. Referindo-se, em especial, a medicamentos de importância estratégica para a saúde pública, ele reiterou que “nós deveríamos produzi-los no Brasil”.