Terceirizações: um caminho sem volta

Artigo de Uriel Villas Boas*

As terceirizações ou serviços prestados por empreiteiras eram atividades exercidas em caráter excepcional. De um lado, nas construções ou ampliações de atividades de uma empresa dos mais variados ramos. Com o passar do tempo vieram as modificações de comportamentos. E as empreiteiras mudaram de nome.Passarama ser conhecidas como terceirizadas.Que assumem a cada dia as atividades que antes eram prioridades das empresas contratantes. Temos então uma modificação sensivel e que não se limita à iniciativa privada.


 



Em todos os ramos de atividades a tericeirização está presente. Nos serviços públicos municipais, estaduais e federais, nas empresas estatais e principalnte na iniciativa privada temos  a presença de empresas, algumas especializadas, outras dedicadas a atividades auxiliares, mas muitas já invadindo a atividade preponderante, atuando diretamente na produção de bens ou de serviços.


 



Para o movimento sindical o quadro ficou muito complexo., Para começar, o trabalhador terceirizado já sabe ao ser contratado, que a Empresa assumiu um contrato com tempo determinado de duração. Quantas vezes então se vê que ao final desse contrato algumas centenas de trabalhadores são desligados e não há grande repercussão na comunidade. Já era um fato esperado.


 



Para o trabalhador da Empresa contratante há a preocupação com o fato de ter ao seu lado, às vezes exercendo funções idênticas, um trabalhador que ganha menos. É um concorrente que passa a ser uma ameaça. Só em Sâo Paulo constatou-se que existem mais de 400 mil trabalhadores contratados nessa situação.


 



O caminho a ser percorrido para modificar o quadro é muito ingreme. Mas precisamos enfrentar o desafio. Antes de mais nada é preciso que o movimento sindical consequente comece pela discussão de propostas de luta.E o primeiro passo é a discussão de encaminhamentos que devem começar pela campanha salarial com data-base unificada,e reivindicações e negociações unificadas. Não se deve de inicio exigir pura e simplesmente a extinção da terceirização, para não provocar divisão entre os trabalhadores.


 



Com a luta unificada, serão garantidos os direitos dos terceirizados e do pessoal da atividade prepoinderante da Empresa.


 



É um trabalho que vai render resultados positivos. A omissão, a acomodação vai levar a uma situação ainda mais insustentável. A CSC precisa debater o assunto em suas várias instâncias.


 



*Uriel Villas Boas, é ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos/SP e membro do PCdoB santista.