Mantega descarta medidas bruscas para frear queda do dólar

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (16) que o governo não vai adotar choque de tarifas de importação para conter a valorização do real frente ao dólar. “Não gosto de dar choques. Prefiro os nossos instrumentos, com tudo expli

Segundo Mantega, a própria redução do valor do dólar, que encerrou a quarta-feira cotado a R$ 1,954, é um estímulo às importações. “Quando o dólar cai, é como se estivesse caindo uma tarifa, porque fica mais barato importar”.



Mantega avalia que a valorização do real frente ao dólar não acontece ao ponto de prejudicar a indústria nacional ou de impedir o crescimento econômico. “Esse fenômeno da valorização do real não está causando esse fenômeno da desindustrialização”, argumentou, citando alguns dados que demonstram que a produção industrial brasileira vem crescendo e de que tem havido aumento nas contratações de empregados.



Alguns setores, que de um lado estão sendo prejudicados porque o dólar em baixa atrapalha as exportações, estão tratando de compensar suas perdas no exterior melhorando a performance aqui no Brasil, segundo Mantega.



Lula contemporiza
Após cerimônia no Palácio do Planalto para assinar acordos com Senegal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou rapidamente que a situação do dólar no Brasil pode ser considerada “ruim para uns, boa para outros”. “Mas certamente para quem vive de salário é bom”, disse em entrevista a vários jornalistas.



“O câmbio vai continuar sendo flutuante e vai se ajustar”, completou o presidente, referindo-se à política cambial brasileira, que não permite intervenções do Banco Central para estabilizar a moeda em um patamar. “Nós não podemos resolver o problema do câmbio como alguns querem que a gente resolva: cria o câmbio para agricultura, cria o câmbio-soja, o câmbio-automóvel, o câmbio-parafuso, não dá”, argumentou.