Preso político americano passa por nova audiência

Nesta quinta-feira (17), Robert Bryan, advogado de defesa de Mumia
Abu-Jamal, apresentará sua defesa na Corte de Apelação da Filadélfia. Apesar
da montanha de provas inocentando Mumia, o sistema “judicial” dos EUA,
saturado com preconceitos de cl

Em 1982, num julgamento arranjado que foi condenado por inúmeros grupos e
indivíduos proeminentes, incluindo a Anistia Internacional, o Parlamento
Europeu, a NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor —
entidade anti-racista norte-americana), a Ordem dos Advogados dos EUA, o
presidente da África do Sul Nelson Mandela, o presidente da França Jacques
Chirac, centenas de sindicatos nos EUA e em todo o mundo, e os conselhos
municipais das cidades de Detroit, São Francisco e Paris, Mumia foi
condenado erroneamente pelo assassinato de um policial na Filadélfia.
 


As principais provas da inocência de Mumia foram destruídas o confiscadas.
“Testemunhas” que nunca estiveram no local do crime foram coagidas a
declarar que assistiram ao assassinato. A Polícia distorceu os eventos e as
provas materiais na cena do crime. Nem mesmo Mumia pôde participar da maior
parte das etapas do seu próprio julgamento.
 


Vítima de uma armação política
 


Ele é um jornalista premiado, cujo respeitadíssimo comentário social é
transmitido atualmente por 124 estações de rádio dos EUA. Em 1981, como
comentarista de rádio e Presidente da Associação de Jornalistas Negros da
Filadélfia, ele era um dos principais críticos do Departamento de Polícia da
Filadélfia. Posteriormente, muitos dos policiais denunciados por Mumia nessa
época foram indiciados e condenados por corrupção, intimidação de
testemunhas e forjamento de provas.
 


O juiz responsável pelo caso de Mumia, Albert Sabo, foi ouvido por Terri
Maurer Carter, estenografa do tribunal, na antecâmara do julgamento de
Mumia, declarando que “vou ajudá-los a fritar aquele crioulo”.


 


Mumia esteve no corredor da morte por quase 25 anos. Ele acabou
transformando-se num símbolo internacional na luta contra o sistema bárbaro
e racista de pena de morte. Autoridades da Pensilvânia estão tentando, pela
terceira vez, impor a pena de morte e sua execução por injeção letal.



Centenas de personalidades do mundo inteiro apóiam a luta de Mumia pelo
seu direito legítimo a um novo julgamento, por sua vida e liberdade. Várias organizações e personalidades estarão presentes na tarde de hoje diante do tribunal que realizará a nova audiência:



Dentre elas, confirmaram presença Pam Africa, Ed Asner, o ator Harry Belafonte, Heidi Boghosian, diretor executivo da Associação Nacional de Advogados, Angela Davis, várias vezes candidata à presidência dos EUA pelo Partido Comunista,  Hari Dillon, presidente da Fundação Pública Vanguarda, Eve Ensler, Bill Fletcher Jr. fundador do Centro de Renovação Trabalhista, o ator Danny Glover, Frances Goldin, Rick Halperin presindete da Coalizão Texana pela Abolição da Pena de Morte, Dolores Huerta • Barbara Lubin, diretora da Aliança das Crianças do Oriente Médio, Jeff Mackler, Robbie Meeropol, diretor da Fundação Infantil Rosenberg, Michael Ratner, presidente do Centro pelos Direitos Constitucionais, Lynne Stewart,  Alice Walker, Cornel West e Howard Zinn, além de vários representantes sindicais e partidários.