Bancários de SP param contra desestruturação do BB

As paralisações em São Paulo e Osasco contra o plano de suposta reestruturação, imposto pela direção, do Banco Brasil (BB) foram priorizadas nesta sexta-feira (18) em cinco locais de trabalho, que representam as agências e departamentos que devem ser mais

A mobilização desta sexta, aprovada na assembléia dos trabalhadores realizada na quinta-feira (17), na Quadra dos Bancários, é um recado à direção do BB que sem dialogar com os trabalhadores impôs medidas que representam redução de empregos e de direitos. Os bancários exigem a suspensão do plano e destituição da alta diretoria do banco.
 


Reunião com presidente do BB


 


Na próxima segunda-feira (21) está marcada uma reunião, em Brasília às 11h, entre os representantes dos trabalhadores e o presidente do banco, Antonio Francisco de Lima Neto. O encontro será na sede do Ministério do Trabalho.
 


O plano de “reestruturação” prevê, entre outras medidas, o fechamento de caixas nas agências, apesar de o próprio banco reconhecer que o atendimento será prejudicado. Os trabalhadores que não aderirem ao plano de demissão voluntária ou ao plano de aposentadoria antecipada podem concorrer a uma da vagas do recém-criado cargo de analista de negócios (Asneg), mas perderão a comissão de caixa e passarão a trabalhar 8 horas diárias, enquanto a jornada dos bancários é de 6 horas.


 


Impactos do plano
 


“Esse é um ‘plano’ de esvaziamento do BB em curso, que começou em 2006 e que atingiu os funcionários da direção geral e depois se estendeu para as redes de varejo e apoio. O resultado foi trágico para os trabalhadores com a redução de cargos, vagas e substituições”, disse Ernesto Izumi, secretário de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.


 


“Não descansaremos enquanto o banco não decidir rever seu posicionamento. A reestruturação é um dos maiores ataques ao funcionalismo e a situação chegou a tal ponto que não há outra alternativa a não ser a demissão de todos os integrantes da alta direção do banco”, completou.
 


Até agora a reestruturação já atingiu a Gerel, setor que desenvolve serviços de malote, compensação, compras e engenharia que caiu de 19 para 11 unidades, o Nucac, centrais de análise de crédito, que foram reduzidas de 24 para cinco, além da extinção de 4.284 vagas de caixas.
 


“Esse não é o papel de um banco público que deve ser o de fomentar o desenvolvimento do país e ser um instrumento de inclusão de pessoas com baixa renda. Vamos defender os trabalhadores e clientes do Banco do Brasil”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.


 


Dia 23


 


Os bancários realizarão assembléia na próxima terça-feira (22) para organizar a paralisação nacional do dia 23. A atividade se realizará a partir das 19h na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé).


 


Além de paralisações, no dia 23 será a categoria realizará uma audiência na Câmara dos Deputados para discutir e avaliar os reflexos deste plano de reestruturação aos trabalhadores e à população. E no domingo (27), em Brasília, está programado encontro nacional aberto dos funcionários do Banco do Brasil.