Uruguai descobre provável túmulo de desaparecida polúitica

O antropólogo uruguaio José López Mazz identificou o lugar onde possivelmente foi sepultada, há três décadas, a professora Elena Quinteros, desaparecida durante a ditadura militar (1973-1985). O seqüestro e desaparecimento de Elena motivou, à época, a rup

López Mazz revelou ao juiz Juan Fernández Lecchini o local de um prédio militar onde pode estar enterrada a professora. Lecchini estuda a possibilidade de escavar o terreno, informou hoje o jornal La República.


 


O antropólogo dirigiu o grupo de especialistas que durante dois anos procurou corpos de desaparecidos enterrados clandestinamente em quartéis militares. No final de 2005, a equipe encontrou os restos mortais do operário Ubagesner Cháves Sosa e do professor universitário Fernando Miranda, que haviam sido detidos por forças de segurança na década de 1970.


 


López Mazz pediu à Justiça que preserve os sítios onde possam existir túmulos clandestinos.


 


A Justiça uruguaia condenou, em 2002, o antigo chanceler do governo ditatorial Juan Carlos Blanco pelo desaparecimento de Elena Quinteros. Blanco permaneceu três meses na prisão.


 


Quinteros, militante do Partido pela Vitória do Povo, estava detida em 1976 em um quartel do Exército uruguaio quando foi levada a um local residencial de Montevidéu, onde devia encontrar-se com um integrante de seu grupo que ela entregaria aos militares.


 


A professora, no entanto, aproveitou o traslado para tentar escapar e correr até os jardins da Embaixada da Venezuela, onde pediu asilo aos gritos.


 


Seus seqüestradores conseguiram alcançá-la e a arrastaram para fora do jardim após golpear um diplomata venezuelano. A professora fraturou uma perna.


 


O governo uruguaio negou a responsabilidade pelo seqüestro, mas a professora não apareceu mais. A Venezuela rompeu relações diplomáticas com o Uruguai. Os contatos oficiais entre os dois países só foram retomados em 1985, ao final da ditadura uruguaia.


 


Testemunhos de sobreviventes das prisões uruguaias relatam que Quinteros foi finalmente assassinada em 1976.


 


A justiça uruguaia não pôde continuar a investigação do caso devido à Lei de Caducidade, aprovada em 1986 pelo parlamento uruguaio, que impede o julgamento de militares e policiais que cometeram violações dos direitos humanos durante a ditadura.



Fonte: Ansa