Brasil vai à OMS por estratégia para remédios contra a Aids

O Brasil colocará sua política de patentes à prova na agência da ONU para a Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS). O país apresentou uma proposta de resolução que pede que a entidade acelere o estabelecimento de uma estratégia global de acesso às

 


O governo inicia uma batalha diplomática para conseguir a aprovação do documento. A idéia é de que o plano estipule como um país pode, sempre que sentir necessidade, emitir licenças compulsórias sobre um remédio.


 


Para diplomatas, a resolução na prática seria um teste de credibilidade para a postura internacional do governo, que recentemente quebrou a patente de um remédio da Merck para o combate à Aids.


 


A resolução ainda seria a forma pela qual o governo encontrou para conseguir que a OMS se declarasse a favor da postura de governos que tomem a decisão de quebrar uma patente quando necessário.


 


Uma das principais críticas feitas por organizações não-governamentais, como a Médicos Sem Fronteira, foi a falta de um respaldo claro dado pela OMS ao Brasil no processo de quebra da patente da Merck.


 


Durante o fim de semana, a proposta do Brasil ganhou o apoio da Índia, Tailândia e quase todo o grupo de países asiáticos. Os latino-americanos e africanos também deram seu apoio. Mas Estados Unidos e os governos europeus ainda não haviam declarado qualquer apoio ao País. O próprio governo prevê dificuldades nas negociações da proposta com esses governos nos próximos dias.


 


A proposta, que será votada nesta segunda-feira, 21, em Genebra, sugeria que a OMS ainda ajudasse os governos a quebrarem as patentes e que declare seu apoio explícito aos países que optarem por essa via. Mas, para obter apoio de um vasto número de governos, o Brasil optou por moderar os termos da proposta e deixou de lado a sugestão.


 


A resolução ainda incentivaria a criação de mecanismos para garantir a pesquisa e desenvolvimento nos países emergentes. A OMS ainda teria a responsabilidade de garantir apoio a essas economias.


 


Fonte: Agência Estado