Aquecimento global será alvo de emendas ao orçamento

O presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), informou nesta quarta-feira (23), durante seminário sobre a responsabilidade das cidades no aquecimento global, que apresentará uma emenda de comissão à Lei de Diretriz

Esse estudo deverá apresentar os pontos do País que serão mais atingidos pelas mudanças climáticas e como será possível enfrentar esses impactos. Zezéu Ribeiro ressaltou que atuará em conjunto com as outras comissões permanentes da Câmara para que apresentem emendas semelhantes.


O mapa foi considerado, pelos cientistas presentes no seminário, um passo essencial para avançar nas políticas públicas destinadas a minimizar o efeito do aumento irreversível de temperaturas nas próximas décadas.



O climatologista Carlos Nobre, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), chamou a atenção para o aumento das desigualdades sociais resultantes das alterações climáticas, o que levará a um maior impacto nas populações urbanas, com a migração dos habitantes dos campos para as cidades devido ao aumento dos períodos secos e, paradoxalmente, o das enchentes. As grandes cidades já convivem com as mudanças climáticas. Um exemplo é São Paulo, onde há ilhas de calor de um bairro para outro, com diferenças de até 7ºC, observou.



Marco legal



Nobre sugere um marco legal que preveja o que se pode fazer para minimizar o impacto do aumento do nível do mar nas cidades litorâneas que, apesar de não ser extremamente significativo no Brasil, poderá atingir uma população de mais de 8 milhões de pessoas. Embora só 1% das cidades brasileiras esteja em áreas de baixas elevações, há milhões de pessoas nessas áreas de risco, comentou Nobre. Outro agravante é que a placa continental está afundando alguns milímetros por ano no litoral.



Esse mesmo ponto foi analisado pelo coordenador-geral de Mudanças Globais de Clima do Ministério da Ciência e Tecnologia, José Miguez. Segundo o especialista, um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra que a elevação do nível do mar em um metro até o final do século não provocará impacto significativo porque a maioria da população vive a mais de 13 quilômetros da costa brasileira. No entanto, o documento mostra que algumas cidades seriam atingidas, como Belém, Fortaleza, Recife e Florianópolis.



O deputado José Paulo Tóffano (PV-SP), um dos autores do requerimento para realização do evento, observou que, na hora de apresentar emendas ao Orçamento, os parlamentares não são generosos com projetos ambientais. Ele chamou a atenção para a perda de biodiversidade no mundo. Segundo ele, a cada hora, três espécies de plantas e animais desaparecem no planeta.



Fonte: Agência Câmara