Ato no Rio reúne quase 10 mil pessoas por mais direitos

Uma manifestação como há muito tempo o Rio não via. Quase 10 mil pessoas, entre trabalhadores, estudantes, sem-terra e sem-teto, participaram do ato contra a retirada de direitos. Diversas forças sindicais participaram da passeata, que foi saudada como um

Ato toma Rio Branco. Foto: V. Vogel Desde às 13hs, mesmo com a fina chuva que não parou de cair, os manifestantes começaram a chegar no ponto de encontro, a Igreja da Candelária. Puxado pelo carro de som, o protesto tomou a Avenida Rio Branco fechando suas quatro pistas, como não acontecia há um bom tempo.



O ato recebeu grande adesão dos servidores federais, principalmente dos setores que se encontram em greve como Incra, Ibama e Cultura, Ciência e Tecnologia. Sindicalistas pediram a realização de uma greve nacional do serviço público. Professores da rede estadual também estiveram presentes. Eles vão parar por 48 horas.



A passeata foi engrossada também pelos professores e alunos da rede municipal do Rio que faziam uma manifestação desde o começo da manhã, em frente ao prédio da Prefeitura do Rio. Eles protestavam contra a aprovação automática implementada por Cesar Maia. A medida tem sido alvo de intensas críticas, tanto dos professores quanto dos estudantes. Na saída para a manifestação na Avenida Rio Branco algumas pessoas foram agredidas por polícias que cercavam o prédio.



Ainda fazendo parte dos protestos do dia 23, militantes do MST bloquearam a BR 393 em Barra do Piraí, no Sul Fluminense. O ato durou cerca de duas horas, porém quando foi fechado um acordo com a polícia pela desobstrução do local, a PM prendeu 20 manifestantes.



Intensificar a luta



No Rio, a organização da jornada nacional ''Nenhum Direito a Menos, Só Direitos a Mais'' ficou a cargo da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), CUT, MST, MLT, MTST, UNE, Ubes, Conam, Conlutas, Intersindical. Dirigentes do PCdoB, PSOL, PCB e PSTU também participaram.



Em nome do PCdoB, o presidente do Comitê Municipal do Rio, Jorge Barreto, disse ''que no dia de hoje, Cesar Maia cercou a prefeitura com medo dos protestos, mobilizou a polícia para bater nos trabalhadores da educação. Mas a resposta foi feita com a mobilização do dia 23. Agora é continuar insistindo nas ruas, visando a modificação do Brasil. A última greve geral de peso foi em 1989. Só com muita união e muita luta chegaremos à vitória dos trabalhadores''.



A manifestação envolveu as lutas contra a reforma da previdência e trabalhista, contra a Emenda 3, pela reforma agrária e moradia, contra a política econômica, em defesa do direito de greve e contra a criminalização dos movimentos sociais. A anulação do leilão de privatização da Vale do Rio Doce também foi abordado. O grande ato terminou em frente ao Ministério da Fazenda com manifestantes comemorando a unificação das forças.


 


Caderno Vermelho Rio de Janeiro