Dez mil contra redução de direitos em Brasília

A manifestação organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) reuniu diversas categorias do funcionalismo público e também trabalhadores rurais de todo o país que estão participando da 13ª edição do Grito da Terra, convocado pela Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Contag).

A Polícia Militar do Distrito Federal estimou em cinco mil o número de participantes na marcha, que saiu da Catedral no início da Esplanada dos Ministérios. Já os organizadores do evento contabilizam dez mil manifestantes de diversas organizações, entre elas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e do movimento estudantil.

Além de reivindicarem a manutenção do veto do presidente Lula à emenda 3, os manifestantes também pediram a derrubada do projeto de lei (PLP) 01, que compõe o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e limita em 1,5% ao ano o reajuste real dos servidores públicos.

Para a deputada mineira Jô Moraes (PCdoB), presente ao ato, a emenda 3 foi aprovada “a toque de caixa” no Congresso e, somente agora os parlamentares começam a ter consciência da posição dos trabalhadores em relação a ela. Jô acredita que o Congresso deve assumir seu papel de apoio aos trabalhadores, sob pena de prejudicar sua legitimidade.

Marco Maia (PT-RS) recomendou que as centrais sindicais continuem a promover manifestações e protestos como forma de pressionar o Congresso a não derrubar o veto do presidente.

Após o ato político, diversas lideranças se dirigiram para a Câmara dos Deputados, onde se realizou no período da tarde uma audiência pública para discutir o PLP 01. A atividade foi convocada pela Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, que propõe que a correção seja feita a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acrescido do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior.

De Brasília,
Gustavo Alves
Colaborou Mônica Simioni