Dia 23:Florianópolis parou por mais direitos e ForaDário

A Jornada Nacional de Lutas, convocada para esta quarta-feira (23), reuniu mais de 5 mil pessoas nas ruas de Florianópolis, capital de Santa Catarina. Os manifestantes, trabalhadores/as de diferentes categorias profissionais, estudantes universitários e s

Convocados pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Coordenação Nacional de Lutas (CONLUTAS), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), União Catarinense dos Estudantes (UCE) e União da Juventude Socialista (UJS), entre outras entidades, os manifestantes demonstraram a força da unidade e realizaram a maior manifestação deste ano.


 


A manifestação iniciou em diferentes pontos do centro da cidade. Mais de mil trabalhadores em educação, organizados pelo seu Sindicato, o SINTE, concentraram-se na Praça da Bandeira, os Sindicatos dos servidores públicos federais concentraram-se na Praça Pereira Oliveira, os trabalhadores do serviço público municipal realizaram assembléia geral da categoria no Largo da Alfândega, o Fórum em Defesa de Florianópolis, que agrega entre outros o Movimento Pelo Passe Livre (MPL), concentrou-se em frente ao Terminal de Integração do centro (TICEN) e outras entidades partiram de diferentes bairros para participar da atividade.


 


A pauta do Ato, definida pelo Fórum Nacional Unificado dos movimentos sociais foi acrescida de alguns pontos regionais. Destacam-se a luta pelo transporte público gratuíto e, em especial, a apuração e punição de todos os envolvidos no escândalo de compras de licenças ambientais revelados pela PF na Opreção ''Moeda Verde'', que levou à prisão três secretários municipais, o líder do Governo Dário Berger (PSDB) na Câmara de Vereadores e empresários.


 


A manifestação percorreu as principais avenidas de Florianópolis e deslocou-se para as pontes de acesso à Ilha. A Polícia Militar e a Polícia de Choque tentaram impedir os manifestantes de realizarem a passeata. Após momentos de tensão e impasse os manifestantes ocuparam as pontes percorrendo o caminho de ida e volta da Ilha ao Continente. O trânsito, interrompido, causou uma paralização de duas horas na cidade.


 


O Ato da Jornada Nacional de Lutas foi encerrado em frente à Câmara Municipal de Vereadores, onde os manifestantes reivindicaram rigor na apuração dos escândalos da ''Moeda Verde''. Com palavras de ordem cobraram os motivos da exclusão na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada para apurar o caso, da líder do PCdoB na Câmara de Vereadores, Angela Albino, que também é coordenadora da Federação Nacional dos Trabalhadores no Judiciário Federal (FENAJUFE).


 


Em seu pronunciamento o Presidente do Sintae e integrante da executiva da CUT, Odair Rogério da Silva, foi enfático na afirmação de que ''a ausência da sindicalista e Vereadora Angela Albino na CPI tem cheiro de 'Pizza' e reflete o medo do Prefeito tucano''. A Vereadora, convidada a pronunciar-se no Ato, realizou uma incisiva intervenção contra o atual Prefeito e convidou a população a protestar nas ruas pela apuração dos graves fatos. ''A CPI é um instrumento fundamental, mas, o que vai dar conseqüência a este processo é a pressão e a organização popular'', afirmou.


 


Ao término do Ato os manifestantes cantaram o hino nacional e queimaram um caixão, que simbolizava o enterro de medidas que restringem direitos trabalhistas, como a Emenda 3 e a proposta de Reforma da Previdência. Integrantes das entidades que convocaram o Ato avaliaram positivamente a iniciativa e destacaram o papel da unidade, apesar de todos os limites que se impõe devido as diferenças de concepções políticas.



 


De Florianópolis
Vandreza Amante e Vinícius Puhl