No Grito da Terra, Contag reforça protesto contra Emenda 3

Os 10 mil integrantes do Movimento Grito da Terra Brasil, ligados à Confederação dos Trabalhadores e trabalhadoras na Agricultura (Contag) participam da manifestação convocada  em Brasília pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), contra a Emenda 3

De acordo com os organizadores, cerca de 10 mil pessoas participam da manifestação na Esplanada dos Ministérios. A polícia não fez estimativa do público. Na reunião com Lula, no Palácio do Planalto, Lula foi cobrado sobre as principais demandas da edição 2007 do Grito da Terrra Brasil.



Maior entidade camponesa



A Contag, fundada em 1963, proclama ser a maior entidade sindical camponesa da atualidade. Representa 15 milhões de trabalhadores rurais, organizados em 25 Federações Estaduais e 3.630 Sindicatos. Todos os anos promove em Brasília o Grito da Terra, assim como a Marcha das Margaridas, voltada para as reivindicações das trabalhadoras do campo.



A emenda foi vetada pelo presidente como inconstitucional, após ter sido aprovada pelo Congresso Nacional. Embutida no texto que criou a Receita Federal do Brasil, a Emenda 3 proíbe os fiscais do governo de autuar empresas; na prática, segundo os trabalhadores, visa a anistia da sonegação de direitos trabalhistas através do estratagema da “PJ” (“Pessoa Jurídica”), assim como do trabalho escravo, ainda amplamente empregado no campo.



Os sindicatos de todo o arco de tendências político-ideológicas estão em campanha pela manutenção do veto de Lula. Denunciam que quem vira empresa (pessoa jurídica) tem que arcar com as próprias férias, décimo-terceiro e licença maternidade, além de outros benefícios protegidos pela Consolidação da Leis Trabalhistas (CLT).



Os patrões também passam a não recolher, nesses casos, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as contribuições previdenciárias. A Emenda 3 é defendida pelo empresariado, que considera a folha de pagamento com muitos encargos no Brasil onerando a produção.



Da redação, com agências