Quatro mil participaram dos protestos em Porto Alegre

O dia nacional de lutas dos movimentos sociais no RS foi marcado por protestos em Porto Alegre e no interior do estado. Na capital cerca de três mil trabalhadores ligados à CUT marcharam pela manutenção dos direitos trabalhistas, pelo veto à Emenda 3, con

O movimento foi reforçado pela greve dos servidores municipais de Porto Alegre e de segmentos dos servidores federais, pelos trabalhadores em educação no estado e estudantes. As marchas da CUT e Conlutas tiveram itinerários distintos e se encontraram em ato único no Largo Glenio Peres.


 



Para o professor Alex Sarat, da direção executiva do Cpers Sindicato e da coordenação da CSC no RS,  o movimento foi importante porque demonstrou a disposição dos trabalhadores de ir à luta contra qualquer tentativa de retirada de direitos.


 


A manifestação também denunciou o caráter perverso da chamada reestruturação do estado, proposta pelo governo Yeda. Segundo Sarat os trabalhadores gaúchos demonstraram na marcha o descontentamento quanto ao governo neoliberal do PSDB e a proposta de reforma do estado ''tramada com as federações de empresários e com apoio da grande mídia'', disse. Salientou também o recado dado ao governo federal: ''o caminho das mudanças deve levar em conta as bandeiras históricas dos trabalhadores, sem retirada de direitos. Com desenvolvimento, valorização do trabalho, geração de empregos, distribuição de renda e educação'', sentenciou.


 


A luta contra a Emenda 3, foi um dos temas mais presentes nas manifestações. Na avaliação de Celso Woyciechowski, presidente da CUT no Rio Grande do Sul, a proposta significa o fim dos direitos trabalhistas no Brasil.''É que a Emenda 3 precariza ainda mais as relações de trabalho, cria a possibilidade da contratação de trabalhadores por nota fiscal e não mais por carteira de trabalho, acabando dessa forma com direitos como greve, fundo de garantia, 13º salário e férias'', disse. Acrescentou que as principais bandeiras defendidas pelos trabalhadores, além de rechaçar a emenda 3, são o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho, o direito de greve, reforma agrária, valorização da educação e defesa de uma previdência social pública e universal digna.


 


Segundo Woyciechowski, a principal reivindicação da CUT no Estado é o reajuste de 19,86% do piso regional, respeitando a proporcionalidade original entre o piso e o salário mínimo. O governo do estado propõe aumento de apenas 3,3%, alegando a falta de recursos.


 


Outros protestos da CUT aconteceram em Panambi, Pelotas, Caxias do Sul e Passo Fundo.



Deflagração de greve



Os trabalhadores municipários de Porto Alegre iniciaram greve neste dia 23. Aproveitaram para se somar aos demais trabalhadores, colocando na ordem do dia suas bandeiras. Realizaram ato em frente à Secretaria da Fazenda e Prefeitura, após juntaram-se aos demais manifestantes. O motivo  da deflagração foi o não atendimento, por parte do executivo municipal, das reivindicações de dissídio da categoria.


 


De Porto Alegre
Clomar Porto