Tarso afirma que Operação Navalha não investiga parlamentares

Em conversa com jornalistas, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou nesta quarta-feira (23), que não há nenhuma linha de investigação da Polícia Federal em torno dos poderes Judiciário, Legislativo e sobre qualquer parlamentar, seja do Senado ou d

“O que existe são gravações que fazem referências a pessoas, não só a parlamentares, e estão com a Procuradoria. Se achar que tenha um nível de convencimento, a Procuradoria vai determinar (novas investigações) e a PF vai fazer. Até agora não há”, afirmou.



 
O ministro aproveitou o encontro para elogiar a ação da Polícia Federal, ressaltando que a operação foi bem sucedida. “O rescaldo de irregularidade é pequeno e pode ser eventualmente avaliado. O Estado brasileiro deu um grande salto republicano”, garantiu. Segundo ele, indícios de corrupção como estes não apareciam antes por falta de condições de investigação.



 
“Todos sabemos que as relações do Estado com o setor privado, em que pese tenham sido muito importante para o país, também determinaram ilegalidades, como ocorre em todas as relações humanas. Estas ilegalidades não tinham sido flagradas em função da ausência de meios técnicos”, explicou. Ele considerou o aperfeiçoamento da Polícia Federal, da Procuradoria da República e do Judiciário com fundamentais para o avanço.



 
Para o ministro, nos últimos 10 anos, houve uma virada no combate à corrupção pela PF e outros mecanismos de controle do Estado, como a Polícia Rodoviária Federal e a Controladoria-Geral da União. Tarso Genro lembrou que agora as instituições alcançam eficácia próxima dos países desenvolvidos. “É uma virada, a melhoria da estrutura estatal brasileira”, observou Genro, adiantando que outras operações serão realizadas pelos órgãos de controle, sem revelar detalhes para não atrapalhar as investigações.



 
Genro lembrou que a ação da PF culminou de “maneira dolorosa para o próprio governo”, ao se referir à saída do ministro das Minas e Energias, Silas Rondeau.”Os elementos dispostos até agora no inquérito são indiciários. Não há nenhuma prova conclusiva do envolvimento do ministro Silas com estes fatos”, explicou. “A saída dele não é pré-julgamento do ministro da Justiça ou do presidente”.



 
Tarso Genro ressaltou que a PF não tem o poder de condenar nenhuma pessoa, mas trabalhar nas investigações. “O que a Polícia Federal faz é levantar elementos, dados sobre eventuais delitos, que serão apreciados pelo Ministério Público e julgados pela Justiça”, disse o ministro, lembrando que vai aguardar o pronunciamento do procurador-geral da República sobre o caso e esperar os interrogatórios que serão feitos.



 
Sobre os 'mimos' que políticos e servidores teriam recebido da empresa envolvida na operação Navalha, Tarso Genro disse que as relações políticas (de parlamentares com empresários) devem ser avaliadas pela sociedade para dar sustentação à reforma política.



 
Tarso Genro disse que pediu ao ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, que faça uma investigação em todos os contratos existentes entre o Ministério da Justiça e a empresa envolvida nas investigações da Operação Navalha. “Pedi para o ministro que começasse  um levantamento. Não recebi nenhuma denúncia ainda. Se tiver denúncia de algum contrato com qualquer órgão da União, serão bem-vindas, daí a gente manda investigar direto”, disse Genro.


 


Fonte: Ministério da Justiça