UEE-SP realiza seu Congresso no próximo final de semana

''Estamos construindo um Congresso politizado e muito agradável. Queremos um movimento estudantil amplo, combativo, organizado e que demonstre que fazer política pode e deve ser bom e saudável'', afirma Augusto Chagas, estudante da Unesp e presidente da UEE-SP.

Novo método de eleição

A mobilização para este congresso foi diferente das anteriores, pois já foi adaptada ao novo método de eleição de delegados aprovado pela União Nacional dos Estudantes. Agora, os representantes são eleitos por universidade, através do voto dos estudantes. A cada mil estudantes um delegado é eleito e, quando há disputa entre chapas, é aplicada a proporcionalidade, de acordo com os votos obtidos.

O resultado é que o processo eleitoral é mais amplo do que o anterior, levando a um debate político mais intenso e mais participativo na universidade. ''Agora fazemos uma campanha eleitoral em cada universidade. O delegado eleito tem que fazer campanha e pedir votos, expor suas idéias para os estudantes. A conseqüência é aparecerem mais lideranças estudantis'', explica Augusto.

Outra conseqüência positiva deste método é que ele dá maior peso às grandes universidades, onde geralmente o debate político e a participação dos estudantes é mais tradicional. Para o Congresso da UEE-SP, grandes universidades públicas e privadas garantiram sua representação, como são os casos da PUC-SP, do Mackenzie, da Unicamp, entre outras.

Movimento estudantil combativo, organizado e para muita gente

O Centro universitário Nove de Julho, a UNINOVE, terá a maior bancada individual do Congresso: 81 delegados eleitos. Lá, o processo eleitoral mobilizou mais de 6 mil estudantes, o maior realizado até agora no país. ''A participação foi muito grande e não apenas na votação, mas também no número de estudantes que confirmaram presença no Congresso'', diz Ana Flávia, estudante da UNINOVE e liderança do movimento ''Eu quero é Botar meu Bloco na Rua'', chapa que tem participação da União da Juventude Socialista.

Outra boa surpresa aconteceu na UNIP da capital. Os estudantes aproveitaram o processo eleitoral do congresso para aumentar o nível de organização na universidade: fundaram o Diretório Central de Estudantes, num processo em que votaram cerca de 3500 alunos.

Na Unicsul (Universidade Cruzeiro do Sul), os estudantes, embalados pelos debates do congresso, resolveram protestar contra a reitoria que pretende substituir parte das aulas presenciais por aulas ''on line'', chamadas pelos alunos de ''semi-aulas''. Agora, além de engajados nos debates do Congresso, pretendem também reconstruir o DCE na universidade.

''Eu quero é Botar meu Bloco na Rua'' é a chapa mais forte

Nas três universidades acima, os estudantes optaram por participar do movimento ''Eu quero é Botar meu Bloco na Rua'', a chapa com melhores condições, até agora, de ganhar o Congresso da UEE-SP. O credenciamento dos delegados, realizado neste domingo demonstra isso: cerca de 60% dos representantes eleitos foram cadastrados pelo ''Bloco''. Reproduzindo este quadro no congresso, o ''Bloco'' deve aprovar suas propostas e eleger boa parte da diretoria da entidade.

''O nosso ''Bloco'' ganha apoio porque consegue dialogar com o estudante e entender a realidade local da universidade, sem com isso esquecer dos debates importantes para nosso estado e para o país. Nosso movimento é amplo: cabem os estudantes que já são engajados no movimento estudantil e participam de diretórios acadêmicos e DCEs, mas cabem também aqueles ligados ao esporte, à cultura e outras formas de organização. Afinal, movimento estudantil é estudante em movimento'', afirma Renata Petta, presidente estadual da UJS e coordenadora do movimento ''Eu quero é Botar meu Bloco na Rua'' em São Paulo.

Fernando Borgonovi, pelo Vermelho-SP