Reality show do doador de rim era só uma pegadinha

“Nós não vamos dar o rim”, revelou, ao vivo, o apresentador Patrick Lodiers, no último minuto do programa, quanbdo “Lisa”, a mulher supostamente sofrendo de um tumor no cérebro, desfeita em lágrimas,  se preparava para escolher o doente a quem iria doar seu rim.

“Nós quisemos chamar a atenção para a vida e os problemas das pessoas que esperam por um órgão”, explicou Lodiers. Os três “candidatos a receptor” que participaram do programa são verdadeiros doentes necessitando de um transplante de rim, mas tinham concordado em participar da simulação, esclareceu o animador.

Um “golpe fantástico”

Ao fim do programa, o ministro holandês da Cultura, Ronald Plasterk, felicitou a rede pública de TV BNN por seu “golpe fantástico”, depois de ter-lhe feito uma séria crítica durante a semana. “É um jeito inteligente” de levar a questão à praça pública, admitiu um porta-voz do Ministério. O princípio do programa tinha sido condenado em todos os quadrantes, inclusive pelo primeiro ministro holandês, Peter Balkenende.

A transmissão do “Grande show do doador” coincidiu com o quinto aniversário da morte do fundador da  BNN, Bart de Graaff, depois de ter aguardado em vão por um doador, durante sete anos. “Faz um ano que trabalhamos nessa armação, mas não tínhamos previsto um tamanho sucesso”, confessou Laurens Drillich, diretor da rede de TV.

“Um programa assim só se pode fazer uma vez”, comentou Paul Roemer,
diretor da Endemol-Holanda (uma produtora holandesa de televisão, especializada em reality shows). “Para mim, funcionou. Nesta noite tivemos 12 mil pedidos de formulários de doação”, informou ele.

Fonte: Le Monde