Rússia vai responder a escudo antimísseis americano

O presidente russo Vladímir Putin advertiu nesta segunda-feira (4) que a Rússia se sente obrigada a responder os planos de instalação do escudo antimíssil americano, após o balanço estratégico regional ficar abalado.

“Nos vemos obrigados a criar um sistema de defesa anti-mísseis superior ao americano, para restabelecer esse equilíbrio e isso é o que fazemos agora”, destacou o presidente em declarações a jornalistas dos países que integram o Grupo dos Oito.


 


Putin disse que não descarta que os americanos revisem sua decisão, em alusão aos argumentos levantados por Moscou contra a colocação de componentes estratégicos do Pentágono na Europa.



A dois dias da cúpula dos chefes de Estado do G-7, mais a Rússia, na Alemanha, Putin alertou que “se não houver uma mudança de sentido por parte dos EUA, Moscou retirará qualquer responsabilidade por suas respostas a tais planos”.



“Não somos os iniciadores de uma nova corrida armamentista na Europa”, sentenciou.


 


Putin argumentou que o escudo americano (DAM, nas siglas em inglês) não se trata somente de um sistema de defesa antifoguetes, mas que inclui todo o potencial nuclear dos EUA, o que já coloca por terra o equilíbrio global da segurança no mundo.



Segundo especialistas russos, a parte européia da Rússia, até as montanhas Urais, na separação da Europa da Ásia, ficará exposta ao sistema que os americanos pretendem montar. “Ante esse iminente perigo, nos vemos na obrigação de responder”, enfatizou.



Na opinião do presidente russo, os planos de criação de uma nova região para a instalação dos sistemas na Europa não possuem argumentos plausíveis, já que a realidade evidencia que esses componentes não são necessários para defender seus aliados de supostos (e inexistentes por hora) foguetes iranianos e norte-coreanos.



Putin descartou, por outro lado, que os EUA proponham linhas concretas de defesa antimíssil, o qual, em essência, se traduziria em “ceder nossos mísseis como alvos”, sublinhou.