Exército libanês usa helicóptero e mísseis na sua ofensiva

Neste sábado (2), pela primeira vez desde o início dos combates em 20 de maio, o exército libanês usou um helicóptero em mortíferos ataques aos milicianos do Fatá al-Islã, entrincheirados no campo de refugiados palestinos de Nahr el-Bared, no norte do Líb

Foi o segundo dia de uma ofensiva visando desalojar os milicianos. Ao que parecia, a ação visou cortar qualquer rota de fuga por via marítima. O exército libanês não possui aviões, mas sim helicópteros, principalmente de transporte. O uso de um deles testemunha a intensidade dos combates em  Nahr el-Bared.



O que diz o exército libanês



Depois de um arrefecimento na noite de sexta-feira, a ofensiva começou na manhã de sábado, com o ribombar da artilharia e as rajadas de metralhadoras. “Hoje continuamos a avançar e temos a esperança de concluir a operação”, disse um oficial, sem se identificar. Durante o dia, quatro soldados libaneses foram mortos e dez outros feridos, conforme o comando militar. Isso elevou para seis o total de mortos e 20 o de feridos na ofensiva militar iniciada sexta-feira.



Representantes das forças militares se referiram a muitas dezenas de mortos e feridos entre os homens do Fatá al-Islã. Mas um alto dirigente do movimento afirmou que apenas dois milicianos ficaram feridos desde o início dos combates.



O que diz o fatá al-Islã



“Nós evacuamos taticamente uma parte do setor norte do campo”, disse no sábado Abu Hureira, comandante-adjunto do Fatá al-Islã, entrevistado pela Associated Press. Ele desmentiu qualquer progresso dos soldados libaneses e reafirmou que os milicianos não cogitam de se render, como exigiu o exército mais uma vez, exortando os moradores do campo a não dar abrigo ao grupo armado. Na entrevista por telefone, Abu Hureira também refutou a informação de que o líder do Fatá al-Islã, Chaker Yussef al-Absi, estaria ferido.



As forças libanesas dizem que “fecharam o cerco” em torno dos milicianos. E acusam-nos de usar civis como “escudos humanos” e se esconderem em mesquitas. “Mentiras, mentiras, mentiras”, contestou Hureira.



38 soldados já morreram



O primeiro ministro do Líbano, Louad Siniora, declarou que 250milicianos do Fatá al-Islã permaneciam dentro do campo. Ele prometeu que os palestinos que fugirem de Nahr el-Bared poderão retornar mais tarde e que o campo seria “reconstruído”. Os milicianos “não têm alternativa exceto a rendição”, disse o governante à rede informativa Al-Arabiya, asseverando ainda que um “processo justo” seria reservado aos membros do grupo.



Desde o início dos combates, duas semanas atrás, um total de 38 soldados libaneses foi morto. Os combates também teriam tirado a vida de pelo menos duas dezenas de civis e 60 membros do Fatá al-Islã, somente após a ofensiva de sexcta-feira. O balanço das vítimas civis não pôde ser feito pois as organizações humanitárias não têm permissão para entrar no campo.



Forças palestinas tentam isolar milícia



Um dirigente da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), Abu Jaber, disse entretanto a uma rede de TV libanesa que 17 pessoas tinham sido feridas no campo, onde ainda se encontram 5 mil refugiados, e 400 casas destruidas. De acordo com o líder da FPLP, os palestinos tentam “isolar” os milicianos do fatá al-Islã que “ainda combatem”, trancando-os nas casas e erguendo barricadas nas ruas para impedir qualquer retirada.



Conforme quadros dos serviços de segurança do Líbano, que pediram anonimato, Nahr el-Bared e suas vizinhanças foram divididos em três zonas: uma está sob controle do exército, outra pelo Fatá al-Islã e a terceira pelos civis e as organizações de palestinos que se recusam a dar refúgio aos milicianos.



Fonte: http://www.aloufok.net/ (em francês); intertítulos do Vermelho