Anne Cabral, da UJS, é a nova presidente da UEP-PE

Anne Cabral, 22 anos, estudante de direito da Universidade Católica de Pernambuco, é mais uma mulher que ocupa o cargo de presidente de uma entidade estudantil. Antes dela, Clarissa Peixoto, 23 anos, foi eleita recentemente presidente da UCE – SC (União d

Desativa por cerca de 10 anos, a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) se reestruturou em maio de 2005, quando universitários de todo o estado uniram forças e realizaram, na UFPE, o Congresso de reconstrução. A entidade então voltou à ativa e ganhou o nome de Cândido Pinto, ex-presidente da UEP e perseguido pela ditadura militar.


 


Novamente organizada e em ritmo acelerado de retomada das suas atividades, a UEP promoveu entre os dias 25 a 27 deste mês o seu 36º Congresso, convocado com o objetivo de fortalecer e consolidar o movimento estudantil no estado.


 


O encontro contou com a presença de mais de 500 estudantes, sendo 278 delegados credenciados (representante das universidades com direito a voto) e 308 observadores. Houve inscrição de 4 chapas.


 


Reunidos na Quadra Municipal de Garanhus, agreste de Pernambuco, os participantes elegerem a nova diretoria e também a presidente da entidade para os próximos dois anos (tempo de duração da gestão).


 


A UEP agora será gerida por uma jovem mulher: Anne Cabral, 22 anos. Ela é estudante de direito da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e foi eleita com 177 votos. A futura advogada assume o cargo mais representativo da entidade no lugar de Geraldo Vilar, primeiro presidente da fase de reconstrução.


 


A estudante participou do movimento feminista como militante da União Brasileira de Mulheres (UBM), entrou para o movimento estudantil em 2005 e ocupou a diretoria de comunicação da UEP.


 


Em entrevista concedida ao EstudanteNet, Anne fez um balanço do encontro e do processo eleitoral que a elegeu, falou da expectativa para ao 50º Congresso da UNE e resumiu alguns pontos da plataforma de ações para sua gestão. Leia abaixoa entevista na íntegra.



 


Os catarinenses também elegeram recentemente uma mulher para a presidência da UCE. Qual a importância que você dá a esse fato?


 


Eu enxergo este fato como um avanço, uma vez que ainda é muito pouco a participação das mulheres nos espaços de decisão política, e acho que é a juventude quem mais tem condições de romper com estas amarras socialmente impostas.



 


A UEP foi reconstruída e retomou o seu papel de protagonista do movimento estudantil no estado. Qual a sua avaliação sobre este Congresso que a elegeu?


 


Para mim, este é o congresso da consolidação da UEP, uma vez que este é o Congresso após o a reconstrução, que se deu em 2005, e elegeu uma diretoria que construiu uma gestão vitoriosa no sentido de fortalecer o movimento estudantil no Estado de Pernambuco. Assim, a vitória e a ampla participação dos estudantes são reflexos da gestão cessante, conseguindo construir um Congresso que consolida esta entidade no Estado.



 


Como você avalia o novo processo eleitoral de estudantes-delegados por universidade, com votação direta em urna, semelhante ao que vai acontecer no 50º Congresso da UNE?


 


Eu encaro este novo processo eleitoral com entusiasmo, pois ele, sem dúvida, fortaleceu a rede de movimento estudantil, uma vez que na eleição por universidade o esforço demandado para construir e disputar a eleição de delegados se assemelha a de um DCE, assim mobilizando os estudantes em geral de cada faculdade mas, também as entidades de base o que ajuda a dinamizar o movimento.



 


 


Como estão os preparativos para o 50º Congresso da UNE?


 


Estamos agora em contagem regressiva para o 50º Conune. No nosso estado, muitas eleições aconteceram simultaneamente para os delegados da UEP e da UNE. O nosso foco agora é realizar as eleições que ainda não aconteceram e intensificar o debate para que 100% das Instituições de Ensino Superior de Pernambuco possam participar do processo eleitoral do Conune.



 


Quais serão as primeiras ações de sua gestão à frente da UEP?


 


O que está na ordem do dia aqui para a nova gestão é a luta pela autonomia e gratuidade da UPE (Universidade de Pernambuco), nossa instituição pública estadual, a aprovação da Reforma Universitária e do Projeto de Lei de Mensalidades da UNE, e sem dúvida o nosso compromisso com o fortalecimento do movimento estudantil no interior do estado.



 


Como você avalia o envolvimento dos estudantes pernambucanos com a UNE e como a UEP pretende se somar à luta da entidade nacional?


 


Queremos dar continuidade ao eixo que já vem sendo desenvolvido na UEP, que é de contribuir para o fortalecimento da UNE em nosso Estado, através da pauta das lutas nacionais aqui em Pernambuco. Queremos ser mais um instrumento de pressão para a aprovação da Reforma Universitária defendida pela UNE assim como para a aprovação do Projeto de Lei de Mensalidades da entidade.