Greve na CSN de Volta Redonda termina; acordo gera 400 empregos

Terminou na manhã desta quarta-feira (6), no início do seu quinto dia, a greve dos metalúrgicos da CSN em Volta Redonda. A assembléia, às 6 horas na Praça Juarez Antunes, aprovou por aclamação o acordo, nos termos negociados entre a empresa e o Sindicato

A empresa não recuou um milímetro na proposta salarial: reajuste pelo INPC (3,44%) mais aumento real de 1,5% e um abono de R$ 2 mil. No entanto, aceitou implantar um intervalo de uma hora para refeição e repouso para quem faz turno, e desjejum gratuito. A descanso de uma hora vai gerar mais 400 contratações, em uma empresa que emprega hoje 7 mil metalúrgicos. Além disso, a empresa, segundo o sindicato, se comprometeu em não punir os grevistas e nem demiti-los. Quanto ao dias parados, o assunto será discutido com a área administrativa.



Primeira paralisação em 17 anos



A greve, aprovada em votação secreta na sexta-feira passada, “tirou a virgindade da CSN”, segundo o presidente do Sindicato, Renato Soares, pois foi a primeira em 17 anos. “Quem aderiu à greve, entendeu que o sindicato fez a parte dele. Posso não ter acertado, mas estou com a minha consciência tranqüila”, disse Renato, que foi aplaudido pelos participantes da assembléia.



A nova proposta foi negociada numa reunião que se prolongou por cinco horas e teve momentos tensos, da sede da DRT (Delegacia regional do Trabalho), no Rio de Janeiro.



A empresa afirmou que não faria nenhum tipo de concessão salarial e exigiu que a proposta fosse posta em votação em 24 horas, sob pena de retirar o que havia oferecido e recorrer à Justiça. O sindicato chegou a requerer à DRT que fizesse uma inspeção  na Usina Presidente Vargas, onde metalúrgicos teriam ficado retidos durante mais de 30 horas, desde que a greve foi deflagrada à zero hora de sábado.



Inicialmente, os trabalhadores queriam reajuste salarial pelo INPC mais 6% de aumento real e 33% de reposição por perdas salariais. Argumentavam que o número visava a comprensação das perdas acumuladas nos últimos dez anos, em que os reajustes salariais permaneceram sempre abaixo dos índices de inflação.



Congonhas em estado de greve



Os 1.400 trabalhadores da área de mineraçã da CSN de Casa de Pedra, em Congonhas do Campo (MG) permanecem em estado de greve, apesar do fim do movimento em Volta Redonda. Eles  realizarão até segunda-feira uma assembléia para examinar o acordo aceito por seus companheiros.



Segundo o presidente do Sindicato Metabase dos Inconfidentes, Valério Vieira dos Santos, na quinta deve ser realizada uma reunião com os trabalhadores para que eles tomem conhecimento do fim da greve em Volta Redonda.



Os trabalhadores da imensa mina a céu aberto, localizada perto de Ouro Preto, adotaram a mesma pauta salarial dos trabalhadores de Volta Redonda. Os dois sindicatos agiram coordenadamente durante a campanha.