Correa defende fim da RCTV e diz que pode agir como Chávez

O presidente do Equador, Rafael Correa, defendeu neste domingo (10) a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de não renovar a concessão da RCTV. E deixou claro que também cancelaria a concessão de qualquer canal de televisão equatoriano que aban

“Digo de uma maneira muito clara, se depois de provar que um canal apoiou um golpe de Estado e esteve ao lado dos golpistas, como fez a RCTV, eu cancelo esse canal”, declarou Correa ao jornal Hoy. “Me perdoe, mas eu nunca vou apoiar conspiradores. Chávez não fez isto – ele esperou para não renovar a freqüência.”


 


O governo equatoriano afirma que a Venezuela não corta a liberdade de expressão. Correa também  rebate a idéia de que o caso da não-renovação da licença da RCTV possa se repetir no país, apesar dos confrontos do governo com alguns veículos de comunicação.


 


O chefe de Estado qualificou de “medíocre, corrupto e mentiroso” um setor da imprensa equatoriana. Ao mesmo tempo, Correa admtiu que cometeu erros no confronto com uma ala da imprensa. “Tenho um temperamento impetuoso que muitas vezes exacerba o confronto, ao invés de aliviar.”


 


Ele entrou com uma ação por ofensas contra o presidente do jornal La Hora, Francisco Vivanco, por causa de um editorial que o acusava de governar com “tumultos, paus e pedras”. O processo pode levar Vivanco à prisão.


 


Manifestações na Venezuela


 


Neste domingo, uma passeata de chavistas, em defesa do uso correto da bandeira da Venezuela, e outra de opositores, que protestam pelo fim das transmissões do canal privado RCTV, percorreram as ruas de Caracas sem incidentes.


 


Centenas de mulheres caminharam da zona leste de Caracas até a sede da procuradoria, centro da cidade, onde assinaram uma petição a favor da restituição do sinal e dos equipamentos de transmissão da RCTV, cuja concessão terminou no dia 28 de maio e não foi renovada pelo governo de Chávez.


 


Ao mesmo tempo, grupos que apóiam o presidente Hugo Chávez caminharam no centro de Caracas para exigir “o respeito à lei de símbolos pátrios”. Eles criticaram o fato de manifestantes que saíram às ruas nas últimas duas semanas terem exibido a bandeira da Venezuela em posição inversa.


 


“Pretendem mudar o desenho, o conceito da bandeira nacional, que é amarelo, azul e vermelho, assim como as oito estrelas”, disse o deputado Darío Vivas. O fim das transmissões da RCTV reflete as distorções de uma emissora de televisão de sinal aberto e alcance nacional que mantinha uma postura golpista contra Chávez.