Juventude latino-americana declara solidariedade a Chávez

A não-renovação da RCTV (Rádio Caracas de Televisão) recebeu o apoio de organizações juvenis de dez países da América Latina. Em documento público e suprapartidário, as entidades manifestaram solidariedade ao presidente venezuelano Hugo Chávez e repúdi

A primeira versão do documento foi apresentada na capital espanhola, Madri, em 27 de maio. Vários representantes brasileiros co-assinam o texto, como Marcelo Brito, o Gavião, presidente da União da Juventude Socialista (UJS); Rafael Barbosa, do Coletivo Nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores; Márcio Cabreira, coordenador geral da Juventude Revolucionária 8 de Outubro (JR8); e Josué Freitas, secretário geral da Juventude Socialista Brasileira (JSB).


 


Confira abaixo a íntegra do texto.


 


 


BASTA DE MANIPULAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO!


 


Ante a última onda de mentiras e desinformações vertidas em diferentes meios de comunicação sobre a não-renovação dos direitos de emissão da Cadeia Rádio Caracas de Televisão (RCTV), as seguintes organizações juvenis latino-americanas se somam às organizações de solidariedade de Madrid subscrevendo integralmente a seguinte Declaração Pública:


 


A não-renovação é uma decisão soberana do estado venezuelano, tal como estabelece sua legislação e a legislação internacional (é assim em todos os países). Não há nenhum atentado contra à liberdade de expressão.


 


Trata-se da não-renovação da freqüência pública VHF e em nenhum momento supõe um fechamento ou expropriação, como se está difundindo em certos meios de comunicação nacionais e internacionais. Todavia, queremos manifestar que o fechamento ou a expropriação de meios de comunicação que fomentem a derrubada do governo seria uma medida defensiva, legítima e democrática.


 


A decisão tampouco pode ser entendida como um ataque às redes que não compartilham a opinião do governo, já que no total se renovaram 98 concessões, A grande maioria delas, contrárias ao governo, entre elas a da Venevision, cadeia que se caracteriza por seus freqüentes chamados a um golpe de estado, e que já participou no golpe de 2002.


 


Quanto à não-renovação, levou-se em conta considerações constitucionais e de respeito às leis vigentes que vêm sendo violadas desde 1976 pela emissora.


 


Em anos anteriores, a Rádio Caracas de Televisão foi fechada durante três dias em 1976 por difundir informações falsas e tendenciosas contra o presidente da República (então Carlos Andrés Pérez, em seu primeiro mandato); em 1980 foi fechada durante 36 horas por emitir programação sensacionalista e, no ano seguinte fechada durante 24 horas por difundir conteúdos pornográficos em horário não adequado (em ambas ocasiões governava Luis Herrera Campíns). Em 1984, foi advertida publicamente por ridicularizar em sua programação ao Presidente da República (então Jaime Lusinchi), e em 1989 (durante o segundo mandato de Carlos Andrés Pérez), foi fechada durante 24 horas por emitir publicidade de tabaco. E observe-se que todos estes presidentes são definidos como ''democráticos''.


 


Desde 1998, e na ausência de partidos políticos de oposição com suficiente força, os meios de comunicação da oligarquia venezuelana em geral – e em especial a RCTV, destacando-se como um dos canais mais virulentos – vêm assumindo um papel político caracterizado por mensagens agressivas, tergiversação da realidade, difusão do alarmismo, posições de desacato às autoridades legalmente constituídas. Têm feito contínuos chamados ao pronunciamento militar e ao magnicídio (assassinato do Presidente Chávez) e foram os artífices reais do golpe de estado do ano de 2002, além de atuar de forma monopólica no mercado publicitário.


 


Apesar de sua atividade delituosa, nenhum destes meios de comunicação foi sancionado nem fechado pelo Governo Bolivariano e, no caso do canal em questão, o Governo esperou pacientemente que a concessão para a utilização do espaço rádio-eléctrico público se vencesse e, no uso de suas faculdades (as mesmas que têm as administrações espanhola, francesa, canadense ou britânica), decidiu que tal espaço deve ser utilizado por outros operadores e a serviço do povo, na forma de canal de uso público. Com a TVES (Televisão Venezuelana Social), há uma televisão em cuja produção e linha editorial participam de maneira democrática e inclusiva amplos setores sociais organizados na associação de meios comunitários, livres e alternativos.


 


Queremos insistir que o que houve com a RCTV, simplesmente, foi o vencimento da concessão [para usar o sinal público] e precisar, por tanto, que é FALSO que foi fechado o canal, que é FALSO que a medida em si cause perda de postos de trabalho, e que é FALSO que não possa seguir produzindo telenovelas.


 


Não há expropriação do Grupo 1BC, proprietário da RCTV, e como NÃO FOI expropriada, conserva a totalidade de seus imóveis, instalações e equipamentos; NÃO é se impede que continue transmitindo, e o pode fazer por satélite e também na TV a cabo; e SIM poderá seguir produzindo e vendendo sua bazófia televisiva a quem tenha o mau gosto de comprá-la.


 


Queremos denunciar também que o fato de a não concessão ser publicizada internacionalmente de maneira deformada como se fosse o fechamento da rede, tem o claro interesse de gerar opiniões desfavoráveis à Venezuela. Este novo invento de desinformação é parte de um plano geral para desestabilizar o legítimo e democraticamente eleito governo venezuelano.


 


Não à renovação da concessão da RCTV!


 


Não à desinformação por parte das transnacionais midiáticas!


 


Em defesa da soberania da Venezuela!


 


Assinam:


 


O Conselho Coordenador da Federação Mundial das Juventudes Democráticas – HQ Budapeste


 


Cuba:
Julio Martines Ramírez – Primeiro Secretário da União de Jovens Comunistas (UJC).
Ernesto Fernández – Diretor de RRII da UJC.
Yosbany Velásquez – Do departamento de RRII da UJC.
 
Brasil:
Marcelo Brito – Presidente da União da Juventude Socialista (UJS)
Paulo Vinícius – Diretor da Comissão de Solidariedade Internacional (UJS)
Rafael Barbosa – Coletivo Nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores
Márcio Cabreira – Coordenador Geral da Juventude Revolucionária 8 de Outubro (JR8)
Gabriel Alves – RRII – JR8
Rafael Bastos – RRII da Juventude do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (JPMDB)
Eliane Soares – RRII Juventude Avançando (JA)
Josué Freitas – Secretário Geral da Juventude Socialista Brasileira (JSB)
Fábio Palácio – Presidente do Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ)
Rubens Diniz – Centro Brasileiro de Luta pela Paz e Solidariedade aos Povos (Cebrapaz)


 


Uruguai:
Fernando Sosa Taís – Secretário de RRII da União de Jovens Comunistas do Uruguai
Juventude Socialista do Uruguai
Movimento de Participação Popular.


 


Argentina:
Ezequiel d´Adamo – Relações Internacionais Juventude do Movimento Livre do Sul
Alejandro Forni – Secretário Geral da Federação Juvenil Comunista (FJC)
Zaida Chumaruck – RRII – FJC
Movimento Evita
Frente Grande
Frente Transversal Nacional e Popular
Pólo Social
Movimento Universitário Sul


 


Paraguai:
Fabián Franco – RRII – Juventude Comunista Paraguaia
Beto Dunjó – Novo Poder


 


Chile:
Sergio Sepúlveda – Secretário Geral Juventudes Comunistas do Chile (JJCC)
Alamiro Cerda – Sub-Secretário Geral JJCC
Gary Tapia – RRII JJCC


 


Bolívia:
Gustavo Yuri – Secretário Geral Juventude Comunista da Bolívia (JCB)
Maria Esther Carpio – RRII – JCB


 


El Salvador:
Elias Romero – RRII da Juventude Farabundo Martí (JFM)


 


República Dominicana
Movimento Popular Dominicano Marxista-Leninista (M.P.D. M-L)
Frente Ampla de Luta Popular (FALPO)


 


México:
Carmen Chinas Salazar – Comissão Internacional de Jovens pelo Socialismo (JPS)
Ernesto Dorantes Flores – CI (JPS)
Jorge Armando Ortiz Rodriguez – Secretário de RRII da Juventude Comunista do México (JCM)