Sábado é dia de campanha

Pelo menos 1,5 milhão de crianças menores de 5 anos devem ser vacinadas em Minas Gerais sábado(16), na primeira etapa da Campanha Nacional de Multivacinação, que tem como tema “Duas gotinhas eu tomei”. Mais de 200 postos de atendimento ficarão abe

    A Secretaria de Estado de Saúde (SES) vai distribuir mais de 2 milhões de doses em 7.285 postos e mobilizar 26,5 mil profissionais em todo o estado. A meta é imunizar 95% da população infantil, para impedir a circulação do vírus da poliomielite no país. Dados da SES mostram que a cobertura no estado está abaixo do índice estabelecido pelo Ministério da Saúde.


 


    De acordo com a coordenadora estadual de Imunização, Tânia Arruda Brant, no primeiro ano, em 1980, houve cobertura plena, com 18 milhões de crianças. “Era uma doença que assustava os pais. Agora, os pais mais jovens, que não conheceram o mal, pensam que ele não existe, pois não vêem mais crianças adoecer”, afirmou. Ano passado, o estado não conseguiu atingir a meta, tendo sido vacinadas 93,2% das crianças na primeira etapa e 92,9% na segunda. Em algumas das 28 regionais de saúde, os índices ficaram muito abaixo do esperado, como Divinópolis, Diamantina e Leopoldina. As regiões de Alfenas e de Varginha registraram os piores índices, com cobertura de 45% e 50%, respectivamente.


 


    Os pais devem levar o cartão de vacinação da criança e poderão pôr em dia as doses em atraso. Além da imunização contra a pólio, serão oferecidas a tetravalente (difteria, tétano coqueluche e haemófilos, contra otite, sinusite e meningite), rotavírus (provoca diarréia em crianças e pode levar à morte), tríplice (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela e hepatite B.


 


    Em Belo Horizonte, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, haverá 233 postos abertos das 8h às 17h. A expectativa é de imunizar 180 mil crianças. Além de utilizar 141 centros de saúde, escolas, igrejas e creches da capital, a campanha terá postos em locais estratégicos, como a rodoviária, Shopping Del Rey, na Região Noroeste, e Shopping Norte, em Venda Nova, Hospital Militar e Uni-BH (câmpus Buritis, na Região Oeste).


 


Registro


    A poliomielite se manifesta com febre e diarréia e pode não evoluir para a forma paralítica nem de paralisia respiratória. Quando acomete a criança, provoca um quadro de paralisia flácida (perna mole). A forma mais grave atinge os músculos da respiração e leva à morte. O último caso em Minas foi registrado em 1987, em Santa Maria de Itabira, na Região Central do estado, a 132 quilômetros da capital. No Brasil, foi em 1989, em Souza (PB). Nas Américas, a última ocorrência foi no Peru, em 1991. “Recebemos certificado de erradicação em 1994 e, com isso, as pessoas estão menos preocupadas e o número de crianças vacinadas está caindo”, disse Tânia Brant.


 


    Segundo ela, atualmente, há quatro países endêmicos para a paralisia infantil, nos quais o vírus circula livremente: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Só na Nigéria, houve 1.123 casos ano passado. “Há outros 13 países com casos confirmados, mas importados. Por isso, temos que vacinar todas as crianças e precisamos atingir a meta mínima para impedir que o vírus chegue ao país e se desenvolva”, ressaltou. 


 


Fonte: Jornal Estado de Minas