ONU suspende investigações sobre direitos humanos em Cuba

O Conselho de Direitos Humanos das Organizações (CDH) das Nações Unidas (ONU) resolveu suspender o mandato da denominada representante pessoal da Alta Comissária dos Direitos Humanos para Cuba, pondo fim à manipulação do governo dos Estados Unidos a respe

O Ministério das Relações Exteriores do país divulgou uma nota na última quarta-feira (20), na qual define a decisão como um reconhecimento (ainda que tardio) dos interesses dos países do Terceiro Mundo e da resistência cubana frente às pretensões imperialistas dos Estados Unidos.



“Essa decisão do órgão, que substituiu a desacreditada Comissão de Direitos Humanos, é uma vitória histórica na luta de nosso povo para dar valor à justiça e pôr fim termo ao exercício anticubano concebido pelos Estados Unidos precisamente como pretexto para manterem e intensificarem sua política genocida de bloqueio e agressão contra Cuba”, diz o documento.



“Esta vitória é um ato de justiça imprescindível ao corajoso e generoso povo cubano, cujos filhos ontem contribuíram para a luta contra o colonialismo e a apartheid na África, e hoje se entregam modestamente e sem interesse à defesa dos direitos humanos de milhões de pessoas nos mais de 100 países aos quais hoje chega a solidariedade dos mais de 42 mil médicos, enfermeiras, professores, treinadores esportivos, engenheiros e técnicos cubanos. É um ato de justiça ao povo que hoje forma gratuitamente em suas universidades mais de 30 mil jovens de 118 países e devolveu a visão a cerca de 700 mil pessoas de 31 países”, continua o texto.



Por fim, o governo cubano lança um desafio no documento, endereçado aos paises ricos:  “Agora falta ver se os países industrializados, que usaram a antiga CDH como instrumento para tentar impor suas concepções e sua visão política, estão realmente dispostos a trabalhar com base nos princípios da universalidade, imparcialidade, objetividade, não-seletividade, diálogo construtivo e cooperação, e não aplicando a dupla moral e a politização, que conduziram ao desprestígio da fenecida Comissão de Direitos Humanos, convertida em tribunal da Inquisação dos países do Sul.”



Fim de um pretexto



Para o chanceler Felipe Pérez Roque, a decisão é uma vitória histórica para Cuba. Ele dedicou o triunfo a Fidel Castro e a Vilma Espín, revolucionária falecida nesta semana.



Roque Perez enfatizou também um outro detalhe, de grande importância. Diante da decisão da ONU, os EUA agora não “têm nenhum pretexto para manter o bloqueio” contra Cuba.



E, assim como na carta divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o chanceler desafiou os países ricos: “Agora veremos se os países industrializados, que utilizaram a antiga CDH como instrumento para impor suas concepções, estão dispostos a realmente trabalhar sobre a base dos princípios da imparcialidade, da universalidade, do diálogo construtivo e  da conversação”.



Da redação, com informações do Granma