Vaticano revoga anulação de casamento de Joseph Kennedy

A pedido da ex-mulher, Sheila Rauch, o Tribunal da Sacra Rota Romana revogou nesta sexta-feira (22) a anulação obtida há 10 anos do matrimônio do ex-deputado, Joseph Kennedy, um dos filhos de Bob e Ethel Kennedy.

Joseph e Sheila permaneceram casados por 12 anos, e Sheila — que escreveu um livro chamado Shattered Faith (Fé estilhaçada)  sobre a falência de sua união, disse sentir-se satisfeita com a decisão em apelo, da sentença que anulara seu casamento com Joseph, porque tal decisão significa que eles ainda estão casados.



Em 1997, quando Joseph estava na crista da onda na política e se candidatara a governador do estado de Massachusetts, Sheila publicou um livro de memórias, no qual acusava o ex-marido de ser um prepotente e “cabeça quente”, que a espancara, quando ela se recusara a conceder-lhe a anulação do matrimônio.



Suas revelações haviam colocado em crise a carreira política de Joseph Kennedy. De fato, dali a poucos meses, ele se retirara da campanha eleitoral ao governo do Massachusetts. No ano sucessivo, após a morte de seu irmão, Michael, em conseqüência de um acidente com esquis, abandonou a política.



A anulação, que efetivamente apagou dos livros o casamento de Kennedy, foi feita há mais de uma década por uma corte da arquidiocese de Boston, mas a sua ex-mulher recorreu à corte do Vaticano, o Tribunal da Sacra Rota Romana. Tecnicamente, Kennedy pode recorrer à Signatura Apostólica, a mais alta corte da Igreja Católica, só inferior às decisões do papa Bento XVI. Mas isso é considerado difícil de ocorrer.



A vingança deixou Sheila bastante feliz. “Estou muito agradecida”, disse ela à revista Time, após o anúncio da reversão da anulação. “Havia um casamento. Era um casamento que fracassou, mas como adultos nós precisamos ter responsabilidades. O processo de anulação foi desonesto, e era importante fazer alguma coisa por isso”.



Depois de um divórico relativamente “amigável”, Sheila descobriu que seu ex-marido havia obtido sucesso em anular na Igreja o casamento, sob o argumento de que a união, que havia durado 12 anos e havia produzido dois filhos, fora baseada em “falsas premissas” e por isso jamais deveria ser considerada realmente uma união. Isso significava que Kennedy poderia se casar novamente no religioso, desta vez com Beth Kelly, com quem se unira em uma cerimônia civil em 1991.


 


Com informações do The Independent