Pernambuco perde Manuel Correia de Andrade

O último final de semana de junho foi de grande perda para os pernambucanos. Foi enterrado sábado (23), às 16h, no cemitério Parque das Flores, o Geógrafo, historiador e advogado Manuel Correia de Andrade. Aos 84

Apesar da avançada idade e das duas pontes de safena, feitas há mais de 25 anos, Correia de Andrade estava bem e continuava com suas atividades normalmente. Membro da Academia Pernambucana de Letras, onde seu corpo foi velado, e professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco, deixou um currículo com mais de cem livros publicados.


 


Considerado um dos grandes intérpretes da realidade nacional, uma das maiores referências acadêmicas do Brasil em história e geografia, e comparado a nomes como Joaquim Nabuco, Josué de Castro e Gilberto Freyre, Correia de Andrade ajudou a levantar Pernambuco até o topo da intelectualidade nacional e mundial.


 


Adepto de temas como realidade regional geográfica, política, social e econômica, o autor ficou conhecido principalmente por ser ousado ao falar de problemas como o da questão agrária, a exemplo da sua obra mais importante: A terra e o homem no Nordeste (1963), com prefácio do economista Caio Prado, considerado segundo a Câmara Brasileira do Livro, uma das cem melhores publicações do século 20.


 


Quando vivo, Correia de Andrade chegou a escrever artigos para a revista Princípios, além de participar de eventos organizados pelo Instituto Maurício Grabóis (IMG). Para Luciano Siqueira, prefeito em exercício do Recife e membro da direção estadual do PCdoB em Pernambuco, Correia de Andrade era um intérprete da realidade brasileira. “O Brasil perdeu um de seus maiores estudiosos. Além disso, em particular, perdi alguém que considero um amigo”, falou.


 


Hugo Cortez, Analista de Ciência e Tecnologia da Fundação Joaquim Nabuco lembra de Correia de Andrade não só como um intelectual pernambucano de peso, mas também como um colega prestativo. “O que mais marcou aos que cruzaram com ele, foi sua forma carinhosa e fraterna de colaborar com o as idéias progressistas e avançadas. Sempre com disposição para orientar e ajudar novos pesquisadores”.