Subsídio da Petrobras põe tucano contra Tasso Jereissati

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) está em confronto com o presidente de seu partido, o senador Tasso Jereissati (CE). Tudo por causa do subsídio da Petrobras a gás para a empresa sul-coreana Dongkuk instalar a companhia siderúrgica Ceará Steel. Tasso

Segundo o deputado, a instalação da usina siderúrgica com tal subsídio nos preços do gás fornecido pela Petrobras é uma afronta ao Brasil e também aos acionistas da estatal brasileira. Ele discursou no plenário da Câmara na quinta-feira, com críticas às quais a imprensa deu pouca atenção


 


Hauly disse que não aceita o argumento de que a concessão a Dongkuk serve como compensação pela construção da refinaria de petróleo da Petrobras e da PDVSA da Venezuela em Pernambuco. “Poderia ser uma compensação para combater desigualdades regionais, mas não é”, afirma o parlamentar.


 


“Na verdade, dará subsídios para que nossos adversários comerciais possam competir no mercado com vantagem no preço de custo”, agregou. O subsídio ao gás para a siderúrgica mobilizou toda a bancada do Ceará, inclusive o ex-governador Ciro Gomes (PSB), que ameaçou até romper com o governo do presidente Lula por conta da siderúrgica sul-coreana.


 


O “oposicionista” Luiz Carlos Hauly vem em defesa do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que tem resistido às investidas dos cearenses. Tasso chegou a ir ao Palácio do Planalto pedir ao presidente Lula para liberar o subsídio. Lula já prometeu atender, mas Gabrielli resiste.


 


“Privilégio inaceitável”


 


Hauly sustentya que a sul-coreana Dongkuk, na verdade, quer fazer um escambo – uma troca pelo subsídio ao gás ofertado para a siderúrgica. Algo em torno de 100 mil toneladas/ano em placas de aço descontando-se 40% nos preços praticados no mercado atual.


 


De acordo com o deputado, a Dongkuk não produz as placas de aço que ofertou à Petrobras, pois trabalha exclusivamente com chapas grossas, obtidas a partir de placas adquiridas de outros fornecedores internacionais. Ela adquiriu no Brasil cerca de 450 mil toneladas em 2006, sendo que em anos anteriores comprou mais de 600 mil toneladas.


 


Essa negociação acarretaria um prejuízo de US$ 30 milhoes de dólares ao ano, pois o escambo de 100 mil toneladas ano de aço entre a Dongkuk e Petrobras não promoveria a compensação do prejuízo. “O Brasil não pode compactuar com este privilégio inaceitável, pois a Coréia do Sul é nossa competidora internacional em vários produtos”, afirmou.


 


No discurso, sem citar Tasso ou seus colegas tucanos do Ceará, Hauly acusou os sul-coreanos de quererem usar nosso minério de ferro para exportar semi-acabados subsidiados para a laminação na Coréia do Sul, e depois vender seus produtos finais para nossos parceiros comerciais, concorrendo com o Brasil em vários mercados.


 


Da Redação, com Blog dos Blogs