Abdullah II: Persistência da separação de Gaza será “catastrófica”

O rei Abdullah II da Jordânia afirmou neste domingo (1/7) que a persistência da separação da Faixa de Gaza do resto dos territórios palestinos trará “conseqüências catastróficas” para o povo palestino.

O monarca fez esta advertência em entrevista publicada hoje pelo jornal jordaniano “Alghad”, na qual assegurou que os moradores de Gaza estão exaustos devido ao embargo internacional e às difíceis condições nas quais vivem.


 


Abdullah II se referia à situação atual de Gaza depois que o movimento radical Hamas tomou o controle do território após combates com a milícia do Fatah, liderada pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.


 


“Pedimos ao povo palestino irmão que escute a voz da razão e rejeite a política de manter o status quo” de Gaza, ressaltou.


 


O rei pediu aos palestinos que “retornem às legítimas instituições palestinas”, já que, segundo ele, é a única solução para terminar com a divisão que afeta o povo palestino.


 


“Esta vontade permitirá aos que apóiam os palestinos ajudar a relançar as negociações que ponham fim às injustiças que o povo palestino sofreu”, ressaltou Abdullah II.


 


Sobre a suposta rejeição jordaniana à autoridade do Hamas, o monarca disse que é “a favor dos direitos palestinos” e respalda a ANP “com o propósito de pôr fim às injustiças e de estabelecer um Estado palestino independente”.


 


O monarca afirmou ainda que a Jordânia “trata com Governos, e não com partidos”.


 


Em relação a Israel, Abdullah II afirmou que já tinha chegado o momento de se “estabelecer uma estratégica clara de paz, porque sem ela não se pode chegar à paz que se deseja”.


 


“Se Israel deseja uma paz real, deve movimentar-se rapidamente com este objetivo e permitir aos palestinos, aos árabes e ao mundo saber quais são suas intenções”, acrescentou.


 


O rei criticou o resultado da cúpula realizada na segunda-feira em Sharm el-Sheikh entre ele, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert.


 


O monarca assegurou que assistiu à cúpula, apesar de estar convencido de que não “se conseguiria o que era desejado”.


 


“Mas nosso dever é adotar todo passo que possa ajudar os palestinos”, acrescentou.


 


Abdullah II pediu à comunidade internacional que resista a todas as pressões americanas e israelenses que exigem a formação de uma federação ou confederação entre a Jordânia e os territórios palestinos.


 


“A Jordânia tem interesses políticos, estratégicos e de segurança na criação de um Estado palestino independente”, ressaltou.


 


Fonte: EFE