Mulher de Kirchner disputará presidência da Argentina

O presidente da Argentina, Nestor Kirchner, não tentará a reeleição e sua mulher será a candidata do partido governista na disputa de outubro, informou neste domingo (1) uma porta-voz do governo.

A decisão põe fim a meses de discussões públicas, onde Kirchner sugeriu que ele ou sua mulher, a senadora Cristina Fernández, disputariam as eleições de 28 de outubro.



As pesquisas de opinião pública indicam que os dois teriam chances de vencer a disputa.



''Cristina será a candidato do governo'', afirmou a porta-voz, que preferiu o anonimato, à Reuters, confirmando notícia publicada no jornal Clarín.



Ainda de acordo com a fonte, a senadora deve lançar oficialmente sua candidatura no próximo dia 19 de julho.


 


A primeira-dama argentina tem feito viagens oficiais ao exterior que são vistas como um impulso para seu currículo e para as suas chances de se tornar a primeira mulher eleita para a presidência do país.


 


Pesquisa


 


O correspondente da BBC em Buenos Aires, Maximiliano Seitz, informa que pesquisas de opinião indicam que a primeira-dama venceria as próximas eleições, embora com menos folga do que o seu marido.


 


De acordo com novas sondagens divulgadas neste domingo, Cristina teria 46% das intenções de voto, com mais de 30 pontos percentuais de vantagem sobre os adversários – a ex-deputada Elisa Carrió e o ex-ministro da Economía de Kirchner, Roberto Lavagna.


 


O mesmo levantamento indica que Kirchner conseguiria mais votos do que Cristina.


 


Segundo o correspondente, por isso, muitos observadores se perguntam por que escolher Cristina. Há especulações de que o presidente estaria doente, mas outras teses indicam que a derrota do candidato de Kirchner para prefeito de Buenos Aires teria precipitado a opção pela primeira-dama.


 


A eventual ascensão de Cristina à Casa Rosada (sede de Presidência argentina)representaria um fato inédito na Argentina, que teria a sua primeira mulher presidente eleita pelas urnas.


 


O país já foi presidido por uma mulher, Isabel Martínez, mas ela assumiu o poder no lugar do marido, Juan Perón, depois da sua morte em 1974, e foi derrubada por um golpe militar em 1976.


 



Fonte: Reuters



Leia também: A estratégia da direita argentina para derrotar Kirchner