Argentina: Oposição se arma para derrotar Cristina Kirchner

A confirmação oficial do lançamento da candidatura presidencial da senadora Cristina Fernández Kirchner já gerou as primeiras repercussões na oposição, onde todos os dirigentes se vêem a si mesmos competindo no segundo turno contra “a pingüim” – referênci

A teoria mais difundida entre os outros aspirantes presidenciais é que a diversidade de ofertas resultará no segundo turno. Para Gerardo Morales, companheiro de chapa de Roberto Lavagna, a candidatura de CFK confirma essa tendência. “É uma notícia muito boa, pois ela me parece muito mais fraca que o presidente. Estamos em um cenário de segundo turno”, afirmou.



Por outro lado, Ricardo López Murphy, o bulldog, criador da idéia da necessidade de se criar condições para um segundo turno, tem outra opinião. “Foi uma decisão inteligente. Com Néstor Kirchner seria mais fácil, ainda que a escolha de Cristina não me convença em termos eleitorais”, disse, ainda à espera de algum tipo de apoio de Maurício Macri, novo governador da província de Buenos Aires. 



Murphy diz que a gestão do atual presidente está desgastada e que isso afetará a candidatura de sua esposa. Ele cita a falta de combate à inflação e o excesso de improvisos como alvos que serão atacados, além da falta de projetos para o país, como elementos que levarão seu grupo política à Casa Rosada.



Pesquisas



Grande parte do otimismo da oposição se baseia nas duas recentes derrotas eleitorais do grupo que apóia o governo – além da vitória de Macri em Buenos Aires, Fabiana Ríos (do ARI) se elegeu governadora da Terra do Fogo, reduto de Kirchner.



Apesar de terem sido derrotas importantes, analistas argentinos entendem que a oposição precisará de mais elementos para derrotar Cristina Kirchner. “Essas eleições não podem ser tomadas como uma prévia do que acontecerá em outubro, mas devem servir de alerta a Kirchner, pois elas indicam uma mudança de humor de parte da população, especialmente a classe média”, opina Rosendo Fraga, da consultoria “Nueva Mayoría”.



Alguns institutos de pesquisa devem realizar novos levantamentos sobre a eleição presidencial nesta semana, agora já sem o nome de Néstor Kirchner. Nos últimos meses, as pesquisas mostravam a senadora com cerca de 50% da preferência popular, enquanto o atual presidente chegava a ultrapassar a barreira dos 60%.



Da redação, com informações do Página 12 e da IPS