Eleições 2008: esquentam as articulações para a disputa na capital paulista
A disputa eleitoral de 2008 já está pautando a política nacional e as movimentações dos possíveis candidatos são intensas. Na capital de São Paulo, as articulações andam em ritmo acelerado. Segundo revela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, só n
Publicado 02/07/2007 18:03 | Editado 04/03/2020 17:19
O nome de maior peso é o da ex-prefeita e atual ministra do Turismo, Marta Suplicy. Marta nega que será candidata e sinaliza que deseja disputar o governo do estado em 2010. Sabe que uma eventual disputa contra o tucano Geraldo Alckmin seria dura. Mas seu grupo político acredita que a ex-prefeita seja a melhor possibilidade de vitória do partido. Enquanto aguardam a definição dos cenários, já se movimentam no campo petista o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, e o senador Aloísio Mercadante.
Porém, o único que assume abertamente sua pré-candidatura a prefeito é o deputado federal José Eduardo Cardoso. “Eu quero disputar e acho que a discussão no PT não deve se limitar à lógica das tendências e dos tradicionais grupos de poder”, declarou Cardoso, já prevendo a dificuldade de se viabilizar dada a correlação de forças interna do PT. Fernando Hadad, ministro da Educação – que passou no teste feito por pesquisas sobre a popularidade dos ministros -, aguarda na surdina. Diz não querer concorrer e que não fala sobre política, mas pode mudar de idéia se o quadro lhe for favorável.
Outro que terá problemas internos será Geraldo Alckmin. Para concorrer, terá de minar a resistência do governador José Serra, disposto a dar o apoio do PSDB ao atual prefeito, Gilberto Kassab. Pesam na postura do governador as rusgas da campanha de 2006 – quando perdeu a indicação para concorrer a presidente – e, principalmente, a disputa para ser o candidato tucano à presidência em 2010. Serra calcula que Alckmin poderá favorecer a candidatura do mineiro Aécio Neves ou ser mais um competidor a ser batido.
O jornal Valor Econômico apresenta o cenário trabalhado pelos alckmistas. O ex-governador seria candidato a prefeito, tendo Guilherme Afif Domingos (DEM) como vice. Dificulta essa composição o fato de que o Democratas deve insistir na candidatura de Kassab, alçado à principal figura pública do partido quando assumiu a prefeitura. Alckmin aposta que Marta Suplicy não entrará na disputa de 2008 por já ocupar o cargo de ministra e pelo risco de concorrer com o tucano. Marta se pouparia para eleição de 2010, quando teria boas condições de chegar ao governo do estado, e facilitaria uma vitória do ex-governador.
Por ora, todos os cenários são apenas conjecturas. Outras candidaturas devem ser colocadas e, ao que tudo indica, a eleição de 2008 na capital não será engessada no embate entre tucanos e petistas. O campo formado pelo Bloco de Esquerda trabalha para apresentar um nome. PCdoB, PSB e PDT têm lideranças fortes, como Aldo Rebelo, Luísa Erundina e Paulinho da Força Sindical, respectivamente. O PMDB, de Quércia e Temer, é outro grande partido que pode influenciar decisivamente na disputa, seja com candidatura própria ou apoiando um aliado. Há ainda o PP, que tem Paulo Maluf e Celso Russomano, sempre uma variável a ser levada em conta.