A tragédia da saúde pública no ES

Continua a tragédia na saúde capixaba. Hospitais lotados, verbas insuficientes, profissionais sem condição de trabalho. Sobretudo superlotação. Lembram-se da crônica que publiquei aqui recentemente? Não vou escrever hoje. Apenas transcrevo reportagem d

O problema da superlotação na saúde novamente ficou em evidência. Só que desta vez os denunciantes não foram as pessoas que buscavam atendimento, e o apelo não foi feito à imprensa. A novidade é que o caso foi denunciado à polícia por dois médicos do Hospital São Lucas que destacaram na ocorrência que as vítimas são “vários pacientes” e as testemunhas, “funcionários e familiares de pacientes”.


 


Atuando como cirurgiões, os médicos José Jorge da Silva e Ubirassu Monteiro chegaram para trabalhar no Hospital São Lucas, no Forte São João, Vitória, na noite de quinta-feira e, ao se deparar com várias pessoas nos corredores e na emergência, decidiram registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil.


 


No boletim, feito às 19h30 no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória, os médicos informaram que o São Lucas é um hospital de referência no Estado que está superlotado, com vários pacientes pelo corredor, e que os médicos e funcionários não estão conseguindo atender todos, devido à superlotação.


 


Eles destacaram que especialmente a sala de emergência encontra-se lotada de doentes graves, impedindo o fluxo de novos pacientes em estado gravíssimo, correndo risco de morte.


 


Uma funcionária, que não quis ser identificada, contou que os médicos chegaram para trabalhar e encontraram a sala de emergência com lotação máxima: sete pacientes. Esse local é usado por cirurgiões somente para atendimento de urgência e não internação.


 


Conforme declarou a funcionária, os médicos optaram pela medida para se resguardar de quaisquer problemas futuros, entre as quais, a morte de algum paciente.


 


Consta ainda do boletim de ocorrência que os cirurgiões tentaram se comunicar com o diretor-geral do hospital, Danilo Sérgio Rosestolato, mas não conseguiram.


 


Pacientes denunciaram que todos os 160 leitos do hospital estavam ocupados, além de dezenas nos corredores e rampa do São Lucas. Eles também disseram que a instituição conta com poucas cadeiras de rodas para transportar as pessoas. O diretor-geral admitiu na tarde de ontem que havia 65 acientes no corredor. Quanto às cadeiras de rodas, Danilo Sérgio disse que existem de 25 a 30 cadeiras, o que, segundo ele, atende à demanda do hospital.


 


Pela transcrição:


Iran Caetano


 


fonte: A Tribuna.