Brasil é convidado a ser parceiro estratégico da UE

 União Européia convidou o Brasil na quarta-feira a entrar para um pequeno grupo de parceiros estratégicos, medida que, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dará nova vida a um relacionamento histórico.

O Brasil se unirá a um grupo formado por China, Rússia e Índia, que mantêm acordos desse tipo com o bloco europeu. O convite foi feito por Portugal na primeira cúpula em que está na presidência rotativa da UE.


''O que estamos fazendo hoje é reviver uma parceria histórica'', disse Lula a empresários portugueses e brasileiros antes da abertura da cúpula. ''É fundamental que empresas criem parcerias entre a UE e o Brasil, e o potencial de crescimento no comércio é enorme.''


 


O objetivo da parceria é aumentar a cooperação entre a UE e o Brasil em áreas como comércio, energia renovável e combate à pobreza.


 


''Esta cúpula é uma forma de reconhecer o crescente papel que o Brasil vem assumindo no cenário mundial, e que faz do país um parceiro essencial'', disse o primeiro-ministro português, José Sócrates.


 


Sócrates afirmou que as novas relações com o Brasil darão coerência a política externa da UE, que passa a incluir o chamado grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) de potências emergentes na categoria de parceiros especiais.


 


Bruxelas também encara o Brasil como importante protagonista da luta contra a pobreza, uma das prioridades da União Européia.


 


Numa demonstração da determinação portuguesa de aproveitar esse potencial ao máximo, a petrolífera Galp Energia assinou na quarta-feira um contrato com a Petrobras para produzir 600 mil toneladas de óleos vegetais no Brasil.


 


O Brasil é um dos líderes mundiais na produção de biocombustíveis, e a União Européia adotou como meta a participação de pelo menos 10 por cento de biocombustíveis em seus veículos até 2020.


 


A cúpula também vai tratar de questões comerciais e de investimentos como complemento para as negociações entre a UE e o Mercosul. A conversa está suspensa por causa do impasse em torno da chamada rodada de Doha.


 


''O Brasil já mostrou que está empenhado no sucesso de Doha'', disse Lula aos líderes empresariais. ''Estamos dispostos a ser flexíveis, desde que o acordo, especialmente na agricultura, atente para as preocupações que temos em comum com o Mercosul.''


 


O Brasil é o principal parceiro comercial da UE na América Latina.


 


O comércio com o Brasil totalizou cerca de 39 bilhões de euros em 2005. O bloco europeu importou 23 bilhões de euros, a maioria em produtos agrícolas, e exportou 16 bilhões, segundo a Comissão Européia.


 


Fonte: Reuters