Orlando Silva vê o Pan 2007 como alavanca para Olimpíada

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) nunca escondeu que os Jogos Pan-americanos servirão, essencialmente, para valorizar uma candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, e o governo federal reiterou total apoio ao desejo carioca. No

“Quem observar as instalações que foram construídas para o Pan poderá comprovar que o Rio se tornou uma cidade olímpica. É claro que ainda falta muito a ser feito para transformar nosso sonho em realidade, o Brasil em uma grande potência esportiva. Mas eventos como o Pan fazem o esporte sair vencedor”, destacou o ministro.



Falam os esportistas



A idéia é que a herança deixada pelo Pan impulsione a formação de novos talentos, além de se criar uma cultura de acompanhar esportes não-profissionais, chamar a atenção para eles. Para alguns ex-ídolos esportivos, o caminho seguido pelo COB está certo.



“Ao realizar os Jogos no Brasil, você não mexe apenas com o esporte, mas sim com todo o país. Vai ficar um legado para o Rio, as pessoas se lembrarão disso para o resto da vida. Fora que o Brasil vai provar sua capacidade de realizar um evento dessa magnitude”, ressaltou o ex-judoca Aurélio Miguel, campeão olímpico (Seul-88), bronze nas Olimpíadas de Atlanta-96 e atualmente vereador de São Paulo.



Apesar da expectativa carioca em relação às chances de sediar as Olimpíadas, a dificuldade e concorrência com países de primeiro mundo deve pesar. Por isso, o ex-ídolo da seleção brasileira masculina de vôlei, Marcelo Negrão, pede que os torcedores aproveitem a chance de ter um Pan-americano próximo.



“O Brasil precisa divulgar cada vez mais o seu esporte. Geralmente esses eventos despertam a torcida e tenho a certeza de que teremos uma chuva de medalhas no Pan. O torcedor precisa aproveitar o momento, afinal vai saber quando haverá outro Pan por aqui”, disse o campeão olímpico de Barcelona-1992.



Embaixadora da passagem da Tocha pela capital paulista, a ex-rainha do basquete brasileiro Hortência, ouro nos Jogos de 1991 (Havana), fez um apelo para que os investimentos no esporte amador não sejam interrompidos após os Jogos do Rio.



“Já disputei Olimpíadas, Jogos, mas nunca estive tão perto da Tocha. Que ela simbolize a paz e união entre os povos, e ilumine a cabeça dos dirigentes e governantes. Eu espero que após o Pan eles possam dar mais condições para que o Brasil se torne uma potência olímpica no futuro. É preciso estimular o interesse nos jovens, transformá-los em cidadãos”, discursou, logo após trazer a lanterna com a chama de trem na estação Júlio Prestes, Centro Velho de Sampa.



Mais do que a cidade



Em entrevista publicada na edição de segunda-feira (9) na Folha de S.Paulo, o ministro do Esporte deixou claro, no entanto, que para as pretensões do país não basta o Rio de Janeiro ter um bom desempenho durante o Pan. “A cidade é um item importante da candidatura [a uma Olimpíada], mas o país é um agende fundamental. […] O projeto do Rio pode ser um bom projeto, mas precisa se estruturar a partir da avaliação do Pan para que tenha consistência e para que o governo federal possa participar dele com segurança”, afirmou.



Orlando também destaca na entrevista que o Pan é uma espécie de faca de dois gumes no que diz respeito à postulação de uma candidatura olímpica. “Acredito que o sucesso do Pan credencia o Rio e o Brasil para uma disputa olímpica. Evidentemente, o raciocínio inverso poderia ser feito”, disse.



Da redação, com informações da Folha de S.Paulo e da Gazeta Esportiva.net