Gordon Brown já fala em guerra contra o Irã
O premiê do Reino Unido, Gordon Brown, afirmou nesta segunda-feira que não descarta a “ação militar” como “opção” para domesticar o Irã. Ao mesmo tempo, para aplacar a indignação provocada por sua frase, Brown disse achar que a política de sanções poderá
Publicado 23/07/2007 13:36
“Acredito firmemente que a política de sanções que estamos adotando irá funcionar, mas não vou dizer que estamos descartando qualquer forma particular de ação”, tergiversou Brown em uma entrevista coletiva, quando perguntado se havia possibilidade de empreender uma ação militar contra o país.
O Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas já emitiu dois pacotes de sanções contra Teerã desde dezembro último tentando fazer o país cessar de enriquecer urânio — processo que produz combustível para usinas nucleares mas que, em outras condições, pode ser usado para produzir armamentos. Um terceiro pacote de sanções está sob avaliação.
O Irã anunciou que seu programa é pacífico, para fabricação de combustível para usinas nucleares, algo que a Agência Internacional de Energia Atômica atestou. Os Estados Unidos têm insistido em alegar que o programa iraniano é para uso militar, exercendo assim pressão contra o país nos orgãos internacionais.
O Irã chegou a um acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU neste mês para mostrar suas atividades nucleares e ampliar o acesso dos inspetores da agência a suas instalações de enriquecimento de urânio.
A AIEA foi utilizada pela CIA, no fim dos anos 90, que implantou seus agentes no orgão da ONU, para espionarem o suposto programa nuclear iraquiano, negado pelo então presidente Saddam Hussein. Anos depois, com a invasão do país pelos americanos, não foram encontraram vestígios de supostas armas de destruição em massa ou programa nuclear bélico iraquiano.
Segundo diplomatas europeus, estas últimas negociações levaram o Conselho de Segurança, mais a Alemanha, a adiarem a pressão contra Teerã para setembro. O adiamento foi adotado para esperar que a melhoria da cooperação do Irã com a AIEA ajude a diminuir a tensão sobre o tema.
“Deve haver uma nova resolução contra o Irã em breve… faço um apelo às autoridades iranianas para que entendam os sentimentos que outros países têm sobre o desenvolvimento de um programa de armas nucleares”, ameaçou.